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Um novo estudo da Universidade Northwestern traz boas notícias para quem se preocupa com a qualidade do ar em ambientes públicos.
Pesquisadores descobriram que aviões e hospitais, apesar do grande fluxo de pessoas, apresentam majoritariamente micróbios inofensivos — muitos deles associados à própria pele humana.
Para chegar a essa conclusão, a equipe realizou o primeiro estudo que utiliza máscaras faciais usadas e filtros de aeronaves como ferramentas de amostragem microbiana.
No total, foram identificadas 407 espécies distintas, com presença mínima de microrganismos potencialmente patogênicos e sem sinais de infecção ativa. Os resultados foram publicados na revista Microbiome.

Máscaras usadas como ferramenta científica
- A ideia surgiu durante a pandemia de COVID-19, quando preocupações sobre a circulação de ar em aviões estavam no auge.
- Ao tentar usar filtros HEPA de aeronaves — caros e de difícil remoção — os pesquisadores optaram por uma solução mais simples: coletar máscaras usadas por passageiros e profissionais de saúde.
- Voluntários enviaram as máscaras após voos domésticos e internacionais, enquanto equipes hospitalares fizeram o mesmo ao fim de seus turnos.
- O DNA extraído permitiu comparar os ambientes de grande circulação.
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Micróbios vêm das pessoas, não do ambiente
A análise mostrou que tanto em aviões quanto em hospitais predominam bactérias comuns da pele e do ar interno. A semelhança entre as amostras indica que os próprios indivíduos são a principal fonte dos micróbios que circulam nesses locais.
Os cientistas também encontraram alguns genes de resistência a antibióticos, mas sem evidência de microrganismos perigosos.
A principal mensagem, segundo os autores, é clara: o ar interno parece menos preocupante do que se imaginava — embora a higiene das mãos continue essencial para evitar infecções por outras vias de transmissão.
