Siga o Olhar Digital no Google Discover
Ferramentas avançadas de inteligência artificial podem abrir caminho para a criação de patógenos perigosos, segundo especialistas. Eles analisaram um cenário fictício, porém plausível, de uma pandemia causada por um enterovírus modificado com apoio de IA.
O estudo, destaca o Euronews, apontou riscos crescentes à medida que essas tecnologias se tornam mais acessíveis e potentes.

Risco de pandemia é real
14 especialistas em tecnologia e contraterrorismo se reuniram no começo de 2025 e avaliaram a ameaça hipotética: um grupo extremista usando IA para criar um novo vírus altamente contagioso. O cenário estimava 850 milhões de infectados e 60 milhões de mortes — números que chocaram os participantes.
O relatório do encontro classificou o quadro como “profundamente preocupante e que exige ação imediata para prevenção”. Segundo o grupo, a evolução acelerada da IA está reduzindo barreiras que antes dificultavam a criação de agentes biológicos perigosos.

Qual o papel da IA nessa história
Embora a IA esteja impulsionando a medicina — ajudando na criação de medicamentos, de novos tratamentos e de vacinas — ela também pode ser utilizada de forma maliciosa. Os especialistas destacaram que já seria tecnicamente possível empregar armas biológicas baseadas em IA para desenvolver novos patógenos com potencial pandêmico.
Eles explicam que a combinação entre automação, modelos avançados e sistemas biológicos acessíveis coloca a humanidade diante de um risco inédito. Entre os fatores que mais preocupam estão:
- A capacidade da IA de acelerar experimentos complexos.
- A facilidade crescente de manipular sequências genéticas.
- A falta de barreiras técnicas robustas para impedir uso indevido.
- A existência de ferramentas emergentes acessíveis a grupos mal-intencionados.
Além disso, o grupo destacou que “as medidas de segurança atuais estão lamentavelmente despreparadas” para lidar com a nova geração de ameaças biológicas.

O que eles pedem que seja feito rapidamente
Os participantes do encontro foram convocados pela Iniciativa de Ameaça Nuclear e pela Conferência de Segurança de Munique e reforçaram a necessidade de ação conjunta entre países para avaliar e responder às ameaças impulsionadas pela IA.
Leia mais:
- Gripe aviária representa mais risco que Covid-19, diz especialista
- Texto mal interpretado criou mito sobre a disseminação da Peste Negra
- Pandemia abalou confiança nas vacinas infantis, alerta estudo internacional
Além disso, eles pedem equilíbrio: é preciso mitigar riscos sem sufocar o potencial positivo da tecnologia, já que, segundo o grupo, é fundamental “evitar impor restrições indevidas” à inovação científica.