Novo material pode reduzir o consumo de energia da IA

Filme ultrafino reduz calor, aumenta velocidade e promete aliviar a crise energética causada pelos data centers
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Layse Ventura 05/12/2025 19h45
inteligência artificial
Imagem: Wright Studio/Shutterstock
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Cientistas da Universidade de Houston, nos Estados Unidos, desenvolveram um material de película fina que pode transformar o futuro da computação em inteligência artificial.

A inovação, descrita na revista ACS Nano, é um dielétrico 2D capaz de substituir componentes tradicionais que geram calor excessivo em chips de alta performance — um problema crescente à medida que a demanda energética da IA dispara.

Tecnologia diminui dissipação de calor e pode transformar o futuro da computação de alto desempenho – Imagem: Universidade de Houston

Segundo Alamgir Karim, professor de engenharia química e biomolecular da instituição, a explosão da IA levou data centers a adotarem sistemas de refrigeração enormes e caros para manter milhares de servidores funcionando em temperaturas ideais.

O novo filme isolante busca atacar justamente esse ponto crítico: reduzir o calor dissipado e, ao mesmo tempo, acelerar o processamento.

Material de “baixo k” para chips mais eficientes

  • O avanço se baseia em materiais orgânicos premiados com o Nobel e em estruturas covalentes leves, feitas de elementos como o carbono.
  • Esses dielétricos de baixa permissividade — conhecidos como low-k — armazenam menos energia elétrica e liberam menos calor que os tradicionais. Isso permite sinais mais rápidos, menor interferência e menor consumo.
  • A equipe liderada por Karim e pelo pesquisador Maninderjeet Singh desenvolveu filmes cristalinos altamente porosos, com constante dielétrica ultrabaixa e alta rigidez, características essenciais para dispositivos que operam sob alta potência.
Novo material promete chips de IA mais rápidos e menos quentes (Imagem: dee karen/Shutterstock)

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Tecnologia inspirada em Nobel de Química

Os filmes foram produzidos por meio de polimerização interfacial sintética — técnica consagrada por pesquisadores premiados com o Nobel de Química de 2025. O método usa líquidos que não se misturam para formar camadas resistentes e uniformes, adequadas para a próxima geração de chips de IA.

ia chips
Inovação surge enquanto empresas buscam alternativas para o custo crescente dos data centers – Imagem: BLKstudio/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.