Novo app na Coreia do Sul promete mais proteção contra stalkers

App sul-coreano permitirá que vítimas vejam a localização de stalkers em tempo real, aumentando a segurança e facilitando pedir ajuda.
Valdir Antonelli05/12/2025 05h50
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Imagem: Sami calligrapher/Shutterstock
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Apesar de atrair cada vez mais fãs pelas séries de streaming, a Coreia do Sul enfrenta problemas sérios de violência contra mulher como qualquer outro país. Por isso, autoridades sul-coreanas estão desenvolvendo um aplicativo que permite às vítimas de perseguição rastrear, em tempo real, a localização de seus perseguidores — desde que estejam por perto.

A perseguição tornou-se um tema sério no país, especialmente após vários casos de grande repercussão, explica a BBC. Atualmente, as vítimas recebem apenas alertas por SMS quando o perseguidor está nas proximidades — sem saber exatamente onde ele se encontra; isso deve mudar com o novo app.

Coreia do Sul aposta em tecnologia para proteger mulheres de casos crescentes de perseguição.
Coreia do Sul aposta em tecnologia para proteger mulheres de casos crescentes de perseguição. Imagem: Artem Oleshko / Shutterstock

Como o app funciona

Com a nova lei, a vítima poderá visualizar em um mapa no smartphone onde o stalker está no momento. Isso será possível porque o aplicativo usa rastreamento via dispositivos eletrônicos vestíveis utilizados pelos perseguidores. Assim, será mais fácil planejar uma rota segura e sair do local.

Para reforçar a proteção, o Ministério da Justiça informou que está integrando o sistema à linha direta nacional de emergência. Se necessário, será possível acionar a polícia rapidamente. A previsão é que essa integração fique pronta em 2026.

Novo app mostrará no mapa a posição do perseguidor, ajudando vítimas a traçar rotas seguras.
Novo app mostrará no mapa a posição do perseguidor, ajudando vítimas a traçar rotas seguras. Imagem: fizkes / Shutterstock.com

Por que isso é importante

Em 2021, foi criada uma lei que prevê pena de até três anos de prisão para stalkers e multa equivalente a R$ 108 mil, dois anos depois, em 2023, o parlamento do país revisou essa legislação para facilitar o andamento de processos contra perseguidores.

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Apesar dos avanços, críticos afirmam que o problema faz parte de uma questão maior de violência de gênero. Muitas mulheres foram filmadas por câmeras espiãs ou sofreram assédio por serem feministas. Um caso que mobilizou a opinião pública foi o assassinato de uma jovem por um ex-colega de trabalho que a perseguia mesmo após denúncias — considerado de “baixo risco” pelas autoridades, ele não recebeu medidas mais rígidas.

Desde 2022, o número de denúncias de mulheres perseguidas cresceu rapidamente: foram 7.600 casos naquele ano e mais de 13 mil em 2024, segundo dados do Ministério da Justiça.

Valdir Antonelli
Colaboração para o Olhar Digital

Valdir Antonelli é jornalista com especialização em marketing digital e consumo.