Siga o Olhar Digital no Google Discover
Se você pensa que a homossexualidade é algo exclusivo da humanidade e que a natureza segue um roteiro de relações estritamente entre macho e fêmea, a biologia tem uma surpresa para você. Longe de ser uma exceção rara ou um “erro” evolutivo, a diversidade sexual e homossexualidade existe e é até mesmo comum no reino animal.
Cientistas e observadores da vida selvagem já documentaram interações afetivas, sexuais e de criação de filhotes entre indivíduos do mesmo sexo em centenas de espécies diferentes. O comportamento não se resume apenas ao ato sexual, ele envolve formação de laços sociais, alianças estratégicas e até a adoção de órfãos.
Segundo a National Wildlife Federation dos EUA, o comportamento homossexual é observado em mais de 1.500 espécies, desafiando a visão antiga de que o sexo na natureza serve exclusivamente para perpetuar a espécie.
5 animais que já demonstraram comportamento homossexual no reino animal
Abaixo, listamos cinco espécies representativas que provam que a natureza é muito mais “colorida” do que se imaginava.
Pinguins

Talvez os ícones mais famosos dos casais do mesmo sexo na natureza, os pinguins frequentemente formam pares duradouros entre machos ou entre fêmeas. O caso mais icônico ocorreu no zoológico do Central Park, em Nova York, onde dois pinguins-de-barbicha chamados Roy e Silo formaram um casal, construíram um ninho e chocaram um ovo juntos.
Segundo levantamento da Deutsche Welle (DW), essa espécie é um exemplo clássico de como casais do mesmo sexo podem adotar e criar filhotes com sucesso, garantindo a sobrevivência da prole tanto quanto casais heterossexuais.
Bonobos

Nossos parentes primatas mais próximos são os campeões do “amor livre”. Para os bonobos, o sexo tem uma função social muito mais ampla do que a reprodução: ele serve como uma cola social. Em vez de resolver disputas com violência, eles recorrem ao prazer.
É comum ver fêmeas interagindo sexualmente com fêmeas e machos com machos para reduzir a tensão do grupo. A sociedade dos bonobos usa o sexo para evitar conflitos e fortalecer laços sociais, mantendo a paz na comunidade de uma forma bastante peculiar e eficaz.
Leia mais:
- Por que não montamos nas zebras como fazemos com cavalos e jumentos?
- Por que comemos galinha, mas não cisnes ou gaivotas? A ciência responde
- Os animais também suam? Descubra como diferentes espécies regulam a temperatura
Girafas

Pode parecer surpreendente, mas as girafas, com seus longos pescoços, têm uma vida amorosa bastante flexível. Estudos comportamentais indicam que a interação sexual entre machos é, em alguns grupos, mais frequente do que entre casais heterossexuais.
O famoso “necking” (aquela luta de pescoços) muitas vezes não é apenas uma briga, mas um preparo para o acasalamento. De fato, observações indicam que muitos encontros sexuais entre girafas envolvem parceiros do mesmo sexo, reforçando alianças e hierarquias dentro do grupo.
Golfinhos

Conhecidos pela inteligência aguçada, os golfinhos-nariz-de-garrafa também exibem uma sexualidade complexa. Eles fazem sexo por prazer e para estabelecer conexões sociais, não apenas durante o período fértil. Relações homossexuais entre machos são comuns e podem durar a vida toda, servindo para cimentar alianças fortes que são úteis na proteção do grupo.
Esse comportamento reforça a tese, sustentada em artigo publicado na revista Nature, de que, em animais sociais complexos, a homossexualidade evoluiu e persistiu porque traz vantagens sociais, como a cooperação mútua.
Cisnes-negros

Na Austrália, os cisnes-negros desafiam o modelo tradicional de família. Estima-se que até um quarto dos pares dessa espécie sejam formados por dois machos. E eles são pais dedicados: muitas vezes, esses casais conseguem proteger seus ninhos e territórios de forma mais agressiva e eficiente do que os casais macho-fêmea, resultando em uma alta taxa de sobrevivência dos filhotes (que são adotados ou fruto de “triângulos amorosos” temporários com fêmeas).