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Usuários do Facebook e do Instagram na União Europeia poderão, a partir do próximo mês, limitar a quantidade de dados pessoais compartilhados com a Meta em troca de receber anúncios menos personalizados.
A mudança, anunciada pela Comissão Europeia, torna o bloco o primeiro lugar do mundo onde a empresa será obrigada a oferecer uma alternativa gratuita ao seu sistema de coleta intensiva de dados.

Disputa com reguladores durou meses
- A medida encerra uma disputa regulatória que se intensificou em abril, quando a Meta foi multada em 200 milhões de euros por impor o modelo “consentimento ou pagamento”.
- Neste modelo, os usuários tinham duas escolhas: permitir o uso de seus dados para anúncios direcionados ou pagar por versões sem publicidade das plataformas.
- Para Bruxelas, esse modelo restringia indevidamente a liberdade de escolha dos cidadãos europeus. “Os usuários na UE devem ter uma escolha plena e efetiva”, destacou a Comissão.
Mudança ocorre em meio a crescente pressão regulatória
A Meta afirmou que a medida representa principalmente ajustes na linguagem, no design e na transparência da política atual. A empresa reforçou que anúncios personalizados são “vitais para a economia da Europa”, mas disse reconhecer a orientação da Comissão.
A pressão sobre a gigante das redes sociais, porém, não para aí. Na semana passada, autoridades europeias abriram uma investigação antitruste sobre uma nova política do WhatsApp que pode limitar o acesso de fornecedores de ferramentas de IA, potencialmente favorecendo as soluções próprias da Meta.

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O cenário regulatório atinge outras gigantes de tecnologia. Amazon, Google e Microsoft também enfrentam investigações relacionadas a práticas consideradas potencialmente anticompetitivas.
E, recentemente, o X (ex-Twitter) — de Elon Musk — foi multada em US$ 140 milhões por descumprir uma das principais leis digitais do bloco.
Enquanto aperta a fiscalização sobre o setor, a UE também discute flexibilizar parte das regras para estimular o crescimento econômico e o avanço da inteligência artificial.
O bloco ainda enfrenta pressão do governo Trump, que acusa Bruxelas de mirar injustamente empresas americanas com sua regulamentação.
