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Todo mundo passa por dias em que o humor não está dos melhores ou momentos de euforia repentina ao receber uma boa notícia. Essas oscilações são naturais do ser humano.
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No entanto, quando essas mudanças se tornam extremas, duradouras e começam a prejudicar o sono, o trabalho e os relacionamentos, acende-se o alerta para algo mais complexo. É nesse território que o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) se instala, exigindo atenção médica e compreensão livre de preconceitos.
TAB: veja o que você precisa saber sobre o Transtorno Afetivo Bipolar
O Transtorno Bipolar é uma condição clínica crônica caracterizada por alterações intensas de humor e energia. Diferente da instabilidade comum do dia a dia, o TAB é marcado pela alternância entre polos opostos: a mania (ou hipomania), que é um estado de euforia, agitação e grandiosidade, e a depressão, caracterizada por profunda tristeza e apatia.
Segundo as diretrizes médicas globais, esse quadro não tem cura definitiva, mas é totalmente tratável, permitindo que o paciente leve uma vida funcional e produtiva.

Por que acontece? Genética e química cerebral
Não existe um único culpado pelo aparecimento do transtorno, mas sim uma combinação de fatores. A ciência aponta fortemente para uma herança familiar e genética. De acordo com o capítulo sobre o espectro bipolar no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), existe um risco médio dez vezes maior de desenvolver o transtorno entre parentes adultos de indivíduos com os tipos I e II da condição.
Além do DNA, há o fator biológico: o cérebro de uma pessoa com TAB apresenta um desequilíbrio nos neurotransmissores (como serotonina e dopamina), que são os mensageiros químicos responsáveis por regular nosso humor e bem-estar.
Sintomas e diagnóstico: o que observar?
O diagnóstico é essencialmente clínico, feito por um psiquiatra através de uma entrevista detalhada com o paciente e, muitas vezes, com a família. Não existem exames de sangue ou de imagem que detectem o bipolar, mas eles podem ser pedidos para descartar outras doenças.
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Para fechar o diagnóstico, o médico se baseia nos critérios do DSM-5, que divide os sintomas em dois polos principais:
- Episódio Maníaco: Envolve humor anormalmente elevado, aumento da energia, redução da necessidade de sono (a pessoa dorme 3 horas e se sente descansada), pensamento acelerado e comportamentos de risco (gastos excessivos ou indiscrições sexuais).
- Episódio Depressivo: Inclui humor deprimido na maior parte do dia, perda de interesse em atividades, fadiga, alterações de peso e dificuldade de concentração.
É importante notar que o transtorno bipolar é uma condição para a vida toda. Os episódios podem durar semanas ou meses se não tratados.

Quem é mais afetado e quando surge?
Embora possa ocorrer em qualquer pessoa, o transtorno tem uma “janela” de aparecimento mais comum, o DSM-5 aponta que a idade média de início do primeiro episódio é aproximadamente aos 18 anos para o Bipolar Tipo I e em meados dos 20 anos para o Tipo II.
Isso significa que o início da vida adulta, fase de entrada na faculdade, primeiro emprego e aumento das responsabilidades é um período crítico. O estresse dessa fase, somado a gatilhos ambientais (como traumas, luto, rupturas de relacionamento ou abuso de substâncias), pode funcionar como a “chave” que liga o transtorno em quem já tem predisposição genética.
Tratamento para TAB, Transtorno Afetivo Bipolar
A boa notícia é que a medicina evoluiu muito. O tratamento é, na maioria das vezes, um tripé:
- Medicamentos: Uso de estabilizadores de humor e, em alguns casos, antipsicóticos, prescritos pelo psiquiatra.
- Psicoterapia: Essencial para que o paciente aprenda a reconhecer os sinais de uma nova crise e a lidar com as emoções.
- Estilo de Vida: Rotina de sono rigorosa e exercícios físicos.
Se você ou alguém próximo apresenta essas oscilações, buscar ajuda especializada é o primeiro passo para retomar o controle.