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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem reforçado, nos últimos anos, o controle sobre suplementos alimentares, cosméticos e alguns produtos considerados naturais, em resposta ao aumento de ofertas com alegações de saúde sem avaliação científica adequada. Em 2025, novas decisões levaram à suspensão de vendas, recolhimentos e restrições para diversas marcas e ingredientes, com foco em reduzir riscos à saúde, coibir promessas enganosas e garantir ao consumidor acesso a informações claras de rotulagem e procedência.
O que explica as proibições recentes da Anvisa
As proibições e suspensões não estão ligadas apenas ao nome do produto, mas à forma como ele é fabricado, registrado e divulgado. A Anvisa age quando identifica suplementos sem registro, ingredientes não avaliados, erros de rotulagem ou promessas terapêuticas não autorizadas, o que configura infração sanitária e risco potencial à população.
Em muitos casos, as empresas anunciam itens como “100% natural” ou “sem contraindicações”, o que pode induzir o consumidor a acreditar que não há riscos. Problemas recentes envolvem fabricação por empresas desconhecidas, ausência total de registro, uso de plantas como o ora-pro-nóbis em cápsulas e comprimidos sem comprovação adequada, além da presença de compostos sem análise prévia de segurança.

Como a Anvisa age diante de suplementos irregulares
O mercado de suplementos alimentares apresenta crescimento expressivo, o que também amplia o número de irregularidades. Entre 2020 e 2025, a Anvisa registrou que a maior parte das denúncias de infrações sanitárias estava ligada a esse segmento, com índices elevados de reprovação nos processos de fiscalização em suplementos para ganho de massa, energia, imunidade e perda de peso.
Quando irregularidades são identificadas, a agência pode determinar recolhimento de lotes, suspensão de fabricação e de comercialização, aplicação de multas e abertura de processos administrativos. Em situações mais graves, também são comunicados outros órgãos de vigilância sanitária e de defesa do consumidor.
Quais são os principais problemas encontrados em suplementos
Nas últimas decisões da Anvisa, alguns pontos chamam atenção pela frequência com que aparecem nas fiscalizações. A seguir, estão exemplos comuns de irregularidades observadas em suplementos e produtos similares que chegam ao mercado com apelos de saúde.
- Produtos anunciados com promessas de saúde sem comprovação científica robusta.
- Suplementos com ora-pro-nóbis usados como se fossem medicamentos ou energizantes.
- Preparações contendo creatina em alimentos comuns, como picolés e bebidas, o que é vedado pela legislação.
- Uso de proteínas e substâncias inovadoras sem avaliação prévia de segurança.
O que muda no uso de creatina em alimentos
Em relação à creatina, a norma é clara ao estabelecer que ela é permitida apenas em suplementos alimentares destinados a adultos. A adição dessa substância em alimentos convencionais, como sorvetes, picolés, snacks e outras bebidas prontas para consumo, não é autorizada pelas regras atuais.
Quando essas infrações são constatadas, a Anvisa determina o recolhimento de lotes irregulares, a suspensão da fabricação e da comercialização e a divulgação de alertas ao público. Academias, lojas de suplementos e estabelecimentos de alimentação também podem ser orientados a retirar esses produtos de circulação.
Por que ora-pro-nóbis e vinagre de maçã estão sob fiscalização
Embora o ora-pro-nóbis seja conhecido como uma planta com bom valor nutricional, a Anvisa restringe seu uso em suplementos pela falta de estudos suficientes sobre segurança e eficácia nesse formato. A planta pode ser consumida na alimentação tradicional, mas transformá-la em cápsulas, pós ou comprimidos exige pesquisas específicas, apresentação de dossiês técnicos e cumprimento rigoroso das normas sanitárias.
O vinagre de maçã passou a ser alvo de fiscalização principalmente pela presença de dióxido de enxofre em níveis elevados e sem declaração no rótulo. A legislação exige que aditivos sejam informados de maneira clara, permitindo que pessoas sensíveis a esses compostos possam evitar o consumo, o que torna essencial a transparência na rotulagem e o respeito aos limites de uso.

Quais problemas foram identificados no vinagre de maçã
No caso do vinagre de maçã, a combinação de aditivos em concentração inadequada e falhas na lista de ingredientes levou à adoção de medidas mais rígidas. Esses problemas afetam diretamente a confiança do consumidor e podem representar risco a grupos específicos, como indivíduos com alergias ou doenças respiratórias.
- Concentração de dióxido de enxofre acima do limite indicado em norma.
- Ausência de declaração do aditivo na lista de ingredientes.
- Descumprimento das regras de rotulagem e segurança de alimentos.
Como verificar seus suplementos alimentares estão verificados pela Anvisa
Para reduzir riscos, a verificação da situação sanitária do produto é um passo importante antes da compra ou do consumo. A embalagem de alimentos e suplementos que exigem registro deve trazer o número de regularização e uma indicação clara de que aquela formulação foi aprovada pela Anvisa.
Com esses dados em mãos, é possível consultar diretamente o sistema da agência seguindo um caminho simples no site oficial. Se o item não constar na base de dados ou estiver com situação irregular, a recomendação é evitar o consumo e comunicar o fato aos canais competentes.
- Localizar na embalagem a expressão relacionada ao registro e o número correspondente.
- Acessar o site oficial da Anvisa e entrar na área de “busca avançada”.
- Digitar o número da regularização no campo indicado.
- Clicar em “consultar” e verificar se o produto aparece como ativo.