Psicologia e IA: transformar o trabalho sem perder o toque humano

Psicólogos usam IA para transcrever sessões, organizar laudos e apoiar decisões, sem substituir o trabalho humano, otimização é o foco
Por Valdir Antonelli, editado por Layse Ventura 09/12/2025 06h50
mbti-personalidades-psicologia-7-1920x1080
Psicólogo tomando notas durante consulta com paciente adolescente / Crédito: Ground Picture – Shutterstock (divulgação)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Siga o Olhar Digital no Google Discover

O uso da inteligência artificial na psicologia deixou de ser algo para o futuro. Plataformas como PsicoAI e PsiDigital já auxiliam profissionais em tarefas como transcrição de sessões e organização de laudos, tornando o trabalho mais rápido e eficiente.

Especialistas reforçam que essas ferramentas são apenas um apoio e não substituem o terapeuta, afirma matéria da BBC.

A inteligência artificial potencializa o trabalho clínico, apoiando a criação de laudos e organização de dados.
A inteligência artificial potencializa o trabalho clínico, apoiando a criação de laudos e organização de dados.

Nos últimos anos, a IA tem avançado e passou a ser incorporada por psicólogos para diversas funções, sem substituir decisões humanas. As tecnologias oferecem recursos como:

  • Transcrição automática de sessões;
  • Sugestões de análise de evolução do paciente;
  • Criação de relatórios e laudos estruturados;
  • Supervisão e recomendações de abordagens terapêuticas.

Tem sido muito útil e facilitado bastante a minha vida.

Maísa Brum, psicóloga especializada em avaliação neuropsicológica, à BBC.

Ela usa um gravador com IA para transcrever entrevistas e organizar informações em linha do tempo, apagando os arquivos após o uso. A ferramenta serve apenas como apoio, não como instrumento diagnóstico.

O psicólogo e professor universitário Eduardo Araújo também utiliza IA para análise de dados e pesquisas, como em seu mestrado com mais de 500 pacientes. “Para esse tipo de tarefa, de análise de dados, acaba sendo muito útil”, diz, lembrando que a ferramenta nunca substitui o raciocínio clínico.

A IA tem avançado e passou a ser incorporada por psicólogos para diversas funções, sem substituir decisões humanas
A IA tem avançado e passou a ser incorporada por psicólogos para diversas funções, sem substituir decisões humanas. Imagem: Summit Art Creations / Shutterstock

Riscos e cuidados no uso da IA

A IA permite criar conteúdos e atividades para pacientes e gerar sugestões de abordagem para sessões, explica a psicóloga Patrícia Mourão De Biase. No entanto, o uso exige cuidado ético e consentimento do paciente.

“Ferramentas de transcrição poupam tempo, mas quando a IA começa a se confundir com o terapeuta, surgem questões éticas e de confidencialidade”, alerta o psiquiatra Rodrigo Martins.

Leia mais:

Plataformas como a PsiDigital oferecem assistentes virtuais que registram sessões, produzem relatórios detalhados e geram sugestões de intervenção baseadas em autores renomados. Gustavo Landgraf, criador da ferramenta, garante: “A IA só pega o que foi falado, mas não as expressões humanas, do rosto, do corpo. Ela potencializa o tratamento, mas não substitui o terapeuta”.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) orienta que cada profissional deve assumir integralmente a responsabilidade pelo uso dessas ferramentas. Carolina Roseiro, conselheira do órgão, destaca que a mediação humana é indispensável e que o consentimento do paciente é obrigatório em qualquer etapa do atendimento.

Psicólogos precisam garantir ética e supervisão ao usar ferramentas de IA, destaca o Conselho Federal de Psicologia.
Psicólogos precisam garantir ética e supervisão ao usar ferramentas de IA, destaca o Conselho Federal de Psicologia. Imagem: metamorworks/Shutterstock

Mudança é inevitável

Apesar dos desafios éticos e de privacidade, a IA já faz parte do cotidiano de psicólogos e promete transformar tarefas burocráticas e criativas, otimizando tempo e potencializando a prática clínica.

A tecnologia não irá substituir a profissão, mas pode moldar um novo modelo de trabalho, mais ágil e conectado à inovação.

Valdir Antonelli
Colaboração para o Olhar Digital

Valdir Antonelli é jornalista com especialização em marketing digital e consumo.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.