Turbinas de avião ganham nova vida e alimentam centros de dados

A Boom Supersonic adapta turbinas de avião para gerar energia em data centers, financiando seu projeto supersônico Overture
Por Valdir Antonelli, editado por Bruno Capozzi 10/12/2025 05h39
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Imagem: Divulgação/Boom Supersonic
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A Boom Supersonic anunciou que seu motor de turbina, originalmente projetado para aviões, será vendido como usina de energia estacionária. O primeiro cliente será a startup de data centers Crusoe, que comprará 29 unidades para gerar 1,21 GW.

Como explica o TechCrunch, o objetivo é financiar o desenvolvimento da aeronave supersônica Overture e expandir a produção de turbinas, abrindo caminho para uma nova era energética com tecnologia aeroderivada.

Turbinas da Boom ganham nova vida: de aviões supersônicos para gerar 1,21 GW em data centers da Crusoe.
Turbinas da Boom ganham nova vida: de aviões supersônicos para gerar 1,21 GW em data centers da Crusoe. Imagem: Divulgação/Boom Supersonic

Como funcionam as turbinas

As turbinas Superpower compartilham 80% das peças com o motor aerotransportado Symphony. Blake Scholl, CEO da Boom, compara o projeto ao Starlink da SpaceX, gerando receita para financiar inovações futuras.

A Crusoe pagará US$ 1,25 bilhão (R$ 6,7 bilhões) pelas 29 turbinas de 42 megawatts, recebendo equipamentos completos, manutenção preventiva e sistemas de controle, enquanto cuidará das conexões elétricas, do gás e do controle da poluição.

Principais detalhes da Superpower:

  • Entregue em contêineres marítimos, facilitando o transporte.
  • Eficiência de 39%, similar a turbinas convencionais.
  • Possibilidade de atualização para ciclo combinado, aumentando a eficiência.
  • Operação silenciosa, mas perceptível a até 800 metros.

As usinas de ciclo combinado tendem a ser projetos de construção, mas queremos oferecer flexibilidade aos operadores.

Blake Scholl, CEO da Boom, em nota.
As turbinas Superpower compartilham 80% das peças com o motor aerotransportado Symphony
As turbinas Superpower compartilham 80% das peças com o motor aerotransportado Symphony. Imagem: Divulgação/Boom Supersonic

Produção e metas ambiciosas

As primeiras turbinas serão produzidas nas instalações atuais da Boom, enquanto uma fábrica maior está em planejamento. As metas são de 1 gigawatt em 2028, chegando a 4 gigawatts em 2030.

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O aumento da produção pode acelerar os planos da Boom para voos comerciais supersônicos. Scholl, porém, alerta que atravessar o “vale da morte” das startups de hardware é um desafio real, especialmente em projetos de grande escala.

A Superpower representa um avanço na aplicação de motores de aeronaves em energia terrestre. Além de gerar receita para a Boom, a tecnologia pode se tornar referência para data centers que buscam eficiência e flexibilidade no fornecimento de energia.

Valdir Antonelli
Colaboração para o Olhar Digital

Valdir Antonelli é jornalista com especialização em marketing digital e consumo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.