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A Adobe colocou três dos seus principais aplicativos (Photoshop, Adobe Express e Acrobat) dentro do ChatGPT nesta quarta-feira (10). Agora, dá para editar fotos, criar designs e ajustar PDFs sem sair do chatbot da OpenAI. As versões são gratuitas e funcionam por meio de comandos conversados e ferramentas simplificadas que se adaptam ao pedido do usuário.
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A novidade estreia no desktop, web e iOS, enquanto o Adobe Express já funciona também no Android. A gigante aposta no alcance do ChatGPT, com mais de 800 milhões de usuários semanais, para apresentar seus aplicativos a novos públicos. Enquanto isso, a OpenAI reforça o plano de transformar o ChatGPT numa espécie de sistema operacional.
Adobe Photoshop, Express e Acrobat chegam ao ChatGPT
A integração funciona de forma direta: o usuário chama o aplicativo pelo nome ou seleciona num menu. A partir daí, conversa normalmente com o ChatGPT, segundo a Adobe.
Os controles aparecem conforme o tipo de pedido. Se a pessoa pede para clarear uma foto, por exemplo, a interface exibe barrinhas de brilho, contraste ou exposição. Se pede um efeito, surgem opções como glitch ou tri-tone.
A lógica da integração tem duas partes: 1) reduzir a complexidade dos aplicativos da Adobe; e 2) criar uma camada de edição guiada por linguagem natural e gestos intuitivos.
O que o Photoshop faz no ChatGPT
- Edita partes específicas da imagem, como borrar ou remover o fundo;
- Ajusta brilho, contraste, exposição, vibração, sombras e realces;
- Aplica efeitos criativos (com controle de intensidade);
Vale explicar: o “Photoshop para ChatGPT” oferece apenas uma “fatia” do aplicativo original. Recursos avançados continuam exclusivos do Photoshop completo.
O que o Adobe Express faz no ChatGPT
- Busca modelos prontos e cria convites, pôsteres e posts temáticos;
- Permite trocar textos, imagens, cores e animar elementos.
O que o Acrobat faz no ChatGPT
- Edita PDFs, reorganiza páginas e une vários arquivos;
- Extrai texto e tabelas, comprime documentos e converte para PDF;
- Permite tapar informações sensíveis.
Os três aplicativos são gratuitos dentro do ChatGPT, mas exigem login com conta Adobe. O objetivo é simplificar tarefas comuns ali mesmo, na conversa. E encaminhar usuários que pedirem mais controle para as versões completas dos aplicativos.
Parceria reforça plano da OpenAI para transformar ChatGPT em ‘sistema operacional’
A integração faz parte do movimento iniciado em outubro, quando a OpenAI lançou um ecossistema de apps dentro do ChatGPT com nomes como Canva, Figma, Spotify, Expedia e Zillow.
A chegada dos aplicativos da Adobe é tratada como um marco porque transforma o chatbot numa espécie de hub criativo: o usuário conversa, recebe sugestões e executa tarefas relativamente complexas sem sair do chatbot da OpenAI.
Para a Adobe, a parceria resolve duas frentes ao mesmo tempo. Para começar, simplifica seus apps (historicamente vistos como complexos) ao permitir que as pessoas apenas descrevam o que querem fazer.
Além disso, a empresa ganha exposição para um público gigantesco, dentro do qual estão usuários que nunca abriram Photoshop, Express ou Acrobat. É uma porta de entrada que pode, eventualmente, levar esses usuários às versões completas para trabalhos mais complexos e detalhados.
O contexto competitivo também pesa. Canva e Figma, também voltados para design e criatividade, já tinham se integrado ao ChatGPT. Foi mais um episódio da disputa entre ferramentas leves e soluções tradicionais.
A própria Adobe sente essa pressão. Sua receita anual recorrente em produtos de IA já supera US$ 250 milhões (aproximadamente R$ 1,3 bilhão), mas investidores cobram aceleração. E a integração ao ChatGPT funciona como vitrine em meio a essa corrida.
Ainda assim, a parceria vem com limites claros. O ChatGPT não reproduz o poder total dos aplicativos: oferece recortes práticos, suficientes para tarefas cotidianas, mas longe da profundidade das versões completas.
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Outro ponto importante: embora a experiência comece aberta e gratuita, falta transparência sobre acordos comerciais entre OpenAI e Adobe.
Seja como for, o cenário sugere uma disputa silenciosa dentro do próprio ChatGPT. Agora, a cada pedido de edição de imagem, o usuário pode escolher entre Photoshop e Canva, por exemplo. E a briga acontece dentro da mesma conversa.
(Essa matéria também usou informações de Bloomberg e Wall Street Journal.)
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