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Planejando uma viagem para os Estados Unidos? A entrada no país pode ficar um pouco mais burocrática. Autoridades americanas apresentaram uma nova proposta que exigiria que turistas de diversos países forneçam, como condição de entrada, seu histórico de redes sociais dos últimos cinco anos.
Conforme noticiado pelo Washington Post, a regra afetaria especificamente os viajantes que utilizam o ESTA (Sistema Eletrônico para Autorização de Viagem), um programa que permite visitas de até 90 dias sem a necessidade de um visto tradicional.
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A medida abrange cidadãos de cerca de 40 nações, incluindo Reino Unido, França e Japão. No caso do Brasil, nada deve mudar (por enquanto), já que brasileiros precisam de visto para entrar nos EUA. A iniciativa faz parte de um movimento mais amplo do governo Trump para reforçar as fronteiras, citando a segurança nacional como principal motivação.
Por que os EUA querem ver histórico de redes sociais de turistas?
A proposta chega em um momento crucial, já que os Estados Unidos se preparam para receber um grande fluxo de turistas estrangeiros para a Copa do Mundo de futebol no próximo ano e para as Olimpíadas de 2028.

Além do histórico de redes sociais, o documento sugere a coleta de números de telefone usados nos últimos cinco anos, endereços de e-mail da última década e mais detalhes sobre familiares. Vale lembrar que muitas dessas medidas mais rígidas já são aplicadas para outros países e grupos de imigrantes durante o processo de análise de visto.
Atualmente, o processo do ESTA é relativamente simples e custa US$ 40. No entanto, citando uma ordem executiva focada na proteção contra terroristas estrangeiros e outras ameaças à segurança pública, o Departamento de Segurança Interna (DHS) busca aprofundar a triagem. A proposta foi publicada no registro oficial do governo e ficará aberta para comentários do público por 60 dias.
Proposta gera preocupações com privacidade e economia

Conforme relatado pela BBC, a medida gerou reações imediatas. Analistas e grupos de defesa dos direitos digitais alertam que o plano pode ferir liberdades civis e criar obstáculos práticos, como o aumento no tempo de espera para a aprovação das viagens. Escritórios de advocacia de imigração sugerem que a mudança pode tornar o processo bem mais lento.
Além das questões de privacidade, há um receio econômico. Especialistas indicam que o endurecimento das fronteiras já tem impactado a indústria do turismo. Previsões apontam que os EUA podem ser a única economia analisada a sofrer queda nos gastos de visitantes internacionais em 2025. O número de turistas canadenses, por exemplo, vem caindo há dez meses consecutivos, o que reflete um cenário desafiador para o setor.