Próteses inteligentes: sensores e IA prometem pegadas mais humanas

Próteses com IA e sensores avançados tornam pegadas mais naturais, seguras e intuitivas, reduzindo o esforço mental de usuários no dia a dia
Valdir Antonelli11/12/2025 06h40
protese-robotica-1920x1080
Mão biônica que torna a pegada mais simples e firme. Imagem: Divulgação/ Laboratório de NeuroRobótica de Utah
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Siga o Olhar Digital no Google Discover

Pesquisadores da Universidade de Utah estão usando inteligência artificial para tornar próteses robóticas muito mais naturais no dia a dia. A ideia é reduzir o esforço mental de quem precisa abrir e fechar os dedos conscientemente para realizar ações básicas.

O TechXplore explica que o projeto aposta em sensores avançados e redes neurais para permitir pegadas mais seguras, rápidas e intuitivas — aproximando a experiência à de uma mão humana.

Nova tecnologia combina IA e sensores de proximidade para facilitar tarefas simples, tornando o uso de próteses mais leve e natural.
Nova tecnologia combina IA e sensores de proximidade para facilitar tarefas simples, tornando o uso de próteses mais leve e natural. Imagem: Andrey_Popov/Shutterstock

Como a IA está mudando a forma de usar próteses

Para muitas pessoas que usam próteses de braço e mão, segurar um objeto simples pode exigir atenção redobrada. A equipe da universidade decidiu atacar justamente esse problema: tornar a preensão mais natural. Eles integraram sensores de proximidade e pressão a uma mão biônica comercial e treinaram uma rede neural artificial para ajustar automaticamente a posição dos dedos.

Com isso, a prótese consegue “prever” a posição ideal antes de tocar o objeto, permitindo tarefas com mais naturalidade e menos esforço cognitivo.

Por mais realistas que os braços biônicos estejam se tornando, controlá-los ainda não é fácil nem intuitivo.

Marshall Trout, pesquisador no Laboratório de NeuroRobótica de Utah, em nota.

Dedos “enxergam” graças a sensores avançados

A equipe personalizou a ponta dos dedos da prótese com sensores ópticos capazes de detectar objetos antes do contato, complementando os sensores de pressão já presentes. Essa combinação permite que a IA faça ajustes finos sozinha, garantindo uma pegada estável — até mesmo em objetos muito leves, como uma bola de algodão.

Marshall Trout (à direita), trabalhou com quatro amputados para investigar como a IA poderia ser usada para controlar autonomamente uma prótese avançada.
Marshall Trout (à direita), trabalhou com quatro amputados para investigar como a IA poderia ser usada para controlar autonomamente uma prótese avançada. Imagem: Divulgação/ Laboratório de NeuroRobótica de Utah

Leia mais:

Cada dedo tem seu próprio sensor e processa informações em paralelo, gerando movimentos mais precisos e naturais. Para evitar que a IA assumisse controle excessivo, os pesquisadores adotaram um sistema de compartilhamento bioinspirado entre humano e máquina, mantendo a autonomia do usuário. A solução aumentou a precisão sem elevar a dificuldade no uso da prótese.

“O que não queremos é que o usuário lute contra a máquina pelo controle”, explica Trout.

Nova prótese com IA reduz o esforço mental e facilita movimentos delicados, como segurar pequenos objetos ou um copo plástico.
Nova prótese com IA reduz o esforço mental e facilita movimentos delicados, como segurar pequenos objetos ou um copo plástico. Imagem: Willyam Bradberry/Shutterstock

Resultados com amputados e próximos passos

O estudo contou com quatro amputados transradiais que testaram a prótese em cenários padronizados e em atividades reais — como manipular pequenos objetos ou beber de um copo de plástico, que exige controle delicado da força.

  • Movimentos mais precisos em atividades cotidianas.
  • Menor esforço mental durante o uso.
  • Pegadas mais seguras e estáveis.
  • Manipulação de objetos pequenos facilitadas.

Para o professor Jacob A. George, líder do estudo, “o resultado final é um controle mais intuitivo e preciso, o que permite que tarefas simples voltem a ser simples”.

Os pesquisadores também avançam rumo a interfaces neurais que permitam controlar a prótese “com a mente” e recuperar a sensação de tato. A visão é integrar tudo isso em um sistema unificado capaz de oferecer uma experiência cada vez mais natural ao usuário.

Valdir Antonelli
Colaboração para o Olhar Digital

Valdir Antonelli é jornalista com especialização em marketing digital e consumo.