Excesso de bebidas energéticas levou homem saudável a AVC, alerta estudo

Caso clínico mostra que consumo excessivo da bebida pode causar hipertensão extrema e acidente vascular cerebral
Leandro Costa Criscuolo13/12/2025 05h30
energético
Imagem: ZeusAnas/Shutterstock
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Tomar uma bebida energética pode dar a sensação de “recarga” imediata. Mas, em excesso, esse estímulo pode se transformar em uma sobrecarga perigosa para o organismo.

É o que mostra um relato de caso publicado no BMJ Case Reports, que descreve a experiência de um homem saudável, na faixa dos 50 anos, no Reino Unido, que sofreu um AVC após consumir grandes quantidades dessas bebidas diariamente.

O paciente deu entrada no hospital com dormência súbita no lado esquerdo do corpo, movimentos descoordenados e pressão arterial extremamente elevada: 254/150 mmHg — um nível compatível com crise hipertensiva.

Médicos identificam relação direta entre estimulantes e pressão arterial fora de controle – Imagem: Shutterstock/Ivan Gran

Apesar do quadro grave, exames iniciais não apontaram fatores de risco tradicionais: ele não fumava, não bebia álcool, não usava drogas e apresentava exames laboratoriais e cardíacos normais.

Leia mais:

Investigação médica sem respostas claras

  • Tomografias e ressonâncias revelaram espasmos nas artérias cerebrais e um infarto no tálamo, região profunda do cérebro responsável por funções sensoriais e motoras.
  • Os médicos iniciaram tratamento para o AVC e prescreveram medicamentos para controlar a pressão, mas, mesmo com múltiplos remédios, os níveis continuavam perigosamente altos.
  • Durante meses, a equipe buscou causas como arritmias, problemas congênitos e distúrbios de coagulação — sem sucesso.
Relato médico associa energéticos a espasmos cerebrais e aumento perigoso da pressão arterial – Imagem: PeopleImages/Shutterstock

O impacto oculto do consumo excessivo

A resposta só surgiu quando o paciente revelou beber, em média, oito energéticos por dia. Cada lata continha 160 mg de cafeína, além de estimulantes como guaraná e taurina, que podem potencializar seus efeitos.

Ao interromper o consumo, a pressão arterial caiu rapidamente e, em poucas semanas, voltou ao normal sem necessidade de medicamentos.

O homem segue com sequelas do AVC, mas mantém pressão controlada há oito anos. Para os autores do estudo, o caso reforça que o consumo excessivo — agudo ou crônico — de bebidas energéticas pode elevar o risco cardiovascular e de AVC, e que questionar esse hábito deve fazer parte da rotina médica.

Cabeça humana de papel com um coração de papel dentro
Hábito diário de consumir energéticos explica AVC em paciente sem fatores de risco tradicionais (Imagem: Reda.G/Shutterstock)
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.