Modelo indica que planetas como a Terra são comuns no Espaço

Ele aponta que, durante a formação do Sistema Solar, uma supernova próxima o inundou em raios cósmicos com o que era necessário para formar mundos rochosos e secos.
Rodrigo Mozelli14/12/2025 17h30
Representação de exoplaneta
Supernovas que criam planetas rochosos podem fazer isso por todo o Espaço (Imagem: Nazarii_Neshcherenskyi/Shutterstock)
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Uma nova pesquisa, publicada no Science Adventures, indica que planetas rochosos, como a Terra, são muito comuns no Espaço.

Ela aponta que, durante a formação do Sistema Solar, uma supernova próxima o inundou em raios cósmicos com o que era necessário para formar mundos rochosos e secos. Isso pode estar acontecendo em toda a galáxia.

Representação esquemática do sistema assumido no estudo
Representação esquemática do sistema assumido neste estudo (Imagem: Science Advances [2025]; DOI: 10.1126/sciadv.adx7892)

Teoria dos planetas como a Terra

  • O que se pensa hoje é que planetas como a Terra foram formados a partir de planetesimais (objetos feitos de rocha e gelo) que secaram no princípio do Sistema Solar;
  • Tal processo exigiu bastante calor, advindo principalmente do decaimento radioativo de radionuclídeos de vida curta (RVCs), tais como o alumínio-26;
  • Antigas análises de meteoritos (registros antigos do Sistema Solar) confirmaram a grande quantidade de RVC naquela época;
  • Contudo, modelos que explicam as supernovas como sendo a única fonte das alterações de nível de mar não têm a precisão ideal para reproduzir a quantidade de nucleotídeos encontrada nos meteoritos;
  • Para liberar a quantidade ideal de material radioativo, a supernova precisaria estar tão próxima do Sistema Solar primitivo que teria destruído o disco de poeira e gás nos quais os planetas estavam se formando.

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Exemplo de supernova
Exemplo de supernova (Imagem: coffeekai/iStock)

Resolvendo o mistério

O autor e líder do estudo, Ryo Sawada, da Universidade de Tóquio (Japão), ao lado de seus colegas, propuseram outro conceito, chamado de mecanismo de imersão.

Para isso, a equipe modelou uma supernova explodindo a cerca de 3,2 anos-luz de distância, segura o bastante para não destruir o disco de formação planetária. Ao explodir, ele criou uma onda de choque responsável por acelerar partículas — em especial, prótons —, as aprisionando como raios cósmicos.

O modelo indica que os elementos de radiação solar de curto alcance (SLRs, na sigla em inglês), foram liberadas de duas formas. A primeira foi quando a supernova injetou diretamente alguns deles, tais como o ferro-60, no disco no formato de grãos de poeira.

Na segunda, os raios cósmicos colidiram com materiais estáveis no disco em energias tão altas que acabaram desencadeando reações nucleares que produziram mais SLRs, como o alumínio-26. Ao executar o modelo, a equipe descobriu que ele não correspondia à quantidade de materiais radioativos achados nos meteoritos. A pesquisa pode mudar a forma como buscamos vida no Universo.

“Nossos resultados sugerem que planetas rochosos semelhantes à Terra e pobres em água podem ser mais prevalentes na galáxia do que se pensava anteriormente, visto que a abundância de 26Al desempenha um papel fundamental na regulação dos balanços hídricos planetários”, dizem os autores no estudo.

via láctea
Vários planetas da Via Láctea podem ter sido formados assim (Imagem: buradaki/Shutterstock)

Ainda de acordo com eles, cerca de 10% a 50% das estrelas similares ao Sol podem ter abrigado discos formadores de planetas com abundâncias de radiação solar de onda longa (SLR, na sigla em inglês) parecidas com as de nosso Sistema Solar, sugerindo um número maior de números rochosos, com potencial de habitabilidade.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.