Para que serve o Diclofenaco? Entenda a ação do comprimido e da pomada no corpo

Descubra como o anti-inflamatório Diclofenaco combate a dor e o inchaço nas versões comprimido e pomada e entenda o tempo de ação no corpo
Por Bruno Ignacio de Lima, editado por Layse Ventura 15/12/2025 04h20
Criança com comprimido de remédio numa mão e frasco de comprimidos em outra
(Imagem: Dima Sobko/Shutterstock)
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Se você já torceu o pé jogando futebol, acordou com aquela dor lombar travada ou passou por um procedimento dentário mais invasivo, é muito provável que já tenha ouvido falar dele. O Diclofenaco é uma das “celebridades” nas farmácias brasileiras. Seja na versão potássica, sódica ou dietilamônio (a famosa pomada), ele é um dos anti-inflamatórios mais prescritos e utilizados no país.

Mas, apesar de ser um velho conhecido, pouca gente sabe exatamente o que acontece nos bastidores do organismo quando ingerimos aquele comprimido ou aplicamos o gel na pele. Ele simplesmente “desliga” a dor? Ele cura a lesão? A seguir, desvendamos a ciência por trás desse medicamento.

O que o Diclofenaco faz no corpo?

Para entender a ação do Diclofenaco, precisamos primeiro entender o que ele é. Classificado como um anti-inflamatório não esteroide (AINE), ele possui três “superpoderes” principais: é analgésico (alivia a dor), antipirético (baixa a febre) e, claro, anti-inflamatório (reduz o inchaço e a inflamação).

Pessoa usando tênis com um pé descalço
Pessoa usando tênis com um pé descalço (Imagem: Pixabay/Pexels)

Ele é indicado para uma gama enorme de situações, desde distensões musculares e crises de gota até dores pós-operatórias e cólicas menstruais. Dependendo da necessidade do paciente, ele pode ser administrado de três formas principais:

  • Oral: Drágeas e comprimidos (comuns ou de liberação prolongada).
  • Tópica: Gel, creme ou aerossol (para ação direta no local).
  • Injetável: Ampolas para uso intramuscular (geralmente em ambiente hospitalar).

Como o Diclofenaco atua contra a dor (ação fisiológica)

O segredo do Diclofenaco está em bloquear os “mensageiros” do problema. Quando você sofre uma lesão, seu corpo libera substâncias chamadas prostaglandinas. Elas são as fofoqueiras do organismo: avisam ao cérebro que algo está errado, causando dor, aumentando a temperatura (febre) e gerando o inchaço (edema).

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O Diclofenaco age inibindo a produção dessas prostaglandinas. Ao bloquear uma enzima específica chamada ciclooxigenase (COX), o medicamento impede que o sinal da dor seja enviado com força total.

Homem passando pomada em cotovelo
Homem passando pomada em cotovelo (Imagem: Freepik)
  • Na versão oral (comprimido): O medicamento é absorvido no trato gastrointestinal, passa pelo fígado e cai na corrente sanguínea, espalhando sua ação por todo o corpo. É por isso que, conforme detalhado na bula oficial do medicamento, ele é eficaz tanto para uma dor de dente quanto para uma dor nas costas simultaneamente.
  • Na versão tópica (pomada/gel): A ação é localizada. O medicamento penetra a pele e atinge os tecidos subjacentes (músculos e articulações) onde a inflamação está ocorrendo, com a vantagem de ter uma absorção sistêmica muito menor, poupando um pouco mais o estômago.

Duração e efeito do Diclofenaco

A velocidade com que o alívio chega depende da “porta de entrada”.

  1. Comprimidos: Geralmente começam a fazer efeito entre 20 a 30 minutos após a ingestão.
  2. Injetável: É a via expressa. De acordo com diretrizes da Secretaria de Saúde do DF, a administração intramuscular oferece um início de ação rápido, sendo ideal para dores agudas e intensas, como cólicas renais.

Quanto à duração, o tempo que a droga permanece ativa no sistema (meia-vida) é relativamente curto, cerca de 1 a 2 horas no sangue. No entanto, o efeito anti-inflamatório prático dura muito mais, pois a substância tende a se concentrar no fluido sinovial (o líquido dentro das articulações), mantendo o alívio da dor por períodos que variam de 6 a 12 horas, dependendo da dosagem e da formulação (como os comprimidos de liberação prolongada).

Atenção: Embora seja eficaz, o Diclofenaco não é isento de riscos. Seu uso indiscriminado pode causar problemas renais, cardiovasculares e úlceras gástricas. A automedicação é perigosa; consulte sempre um médico.

Bruno Ignacio de Lima
Colaboração para o Olhar Digital

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia e conteúdo perene. Atualmente, é colaborador no Olhar Digital.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.