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As gigantes da tecnologia estão redesenhando a forma de financiar a infraestrutura que sustenta a explosão da inteligência artificial, como explica o New York Times.
Neste outono, empresas como Microsoft, Meta e Google anunciaram acordos que somam dezenas de bilhões de dólares para garantir poder computacional — mas sem assumir diretamente todo o risco de uma expansão que pode custar trilhões no longo prazo.
Em vez de investir pesadamente em centros de dados próprios, essas companhias têm recorrido a contratos de aluguel, veículos financeiros complexos e parcerias com empresas menores.

A estratégia permite adicionar capacidade rapidamente e, ao mesmo tempo, manter flexibilidade caso a demanda por IA não cresça no ritmo esperado.
Transferindo o risco da corrida da IA
- Os novos acordos têm algo em comum: deslocam parte do risco para startups de infraestrutura, fundos de crédito privado e investidores institucionais.
- “O risco não desaparece, ele apenas muda de lugar”, resume Shivaram Rajgopal, professor da Columbia Business School. Se a procura por IA esfriar, são essas empresas menores — e seus credores — que podem ficar expostos.
- Um exemplo emblemático é o megaprojeto de data center da Meta na Louisiana. A empresa estruturou o empreendimento por meio de um veículo de propósito específico e contou com a Blue Owl Capital para financiar cerca de 80% do custo.
- A Meta construiu o centro, mas optou por “alugá-lo”, classificando o gasto como despesa operacional, e não como dívida. “Em vez de tomar empréstimos, a Meta está alugando o risco”, afirmou um credor do setor.
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Flexibilidade acima de tudo
A Microsoft segue lógica semelhante ao fechar contratos de três a cinco anos com as chamadas neoclouds, como Nebius, Nscale e CoreWeave.
Esses acordos bilionários garantem acesso rápido a servidores sem compromissos de décadas — e ajudam a acalmar investidores avessos a grandes desembolsos de capital.
Para analistas, a estratégia reflete um novo consenso no setor: os custos da IA são altos demais para que uma única empresa absorva todo o risco. Distribuí-lo, dizem, tornou-se parte essencial da corrida tecnológica que vai definir o futuro da computação global.
