OpenAI só tem exclusividade em um dos três anos do acordo com a Disney

CEO da Disney confirmou que, após um ano, estúdio poderá licenciar seus personagens para outras plataformas
Leandro Costa Criscuolo15/12/2025 21h43
Logo do Sora
Imagem: Koshiro K/Shutterstock
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A Disney revelou que seu acordo de licenciamento com a OpenAI, anunciado recentemente, terá duração de três anos, mas contará com apenas um ano de exclusividade.

A informação foi confirmada pelo CEO da empresa, Bob Iger, em entrevista à CNBC. Após esse período inicial, a Disney poderá firmar parcerias semelhantes com outras companhias de inteligência artificial.

O acordo permite que a OpenAI utilize mais de 200 personagens de franquias como Disney, Marvel, Pixar e Star Wars no Sora, ferramenta de geração de vídeos por IA lançada em setembro.

Por enquanto, o Sora é a única plataforma autorizada legalmente a empregar esses personagens, o que representa um trunfo relevante para a OpenAI em um mercado cada vez mais competitivo.

Uso de personagens no Sora virá com diretrizes rígidas e taxas de licenciamento (Imagem: OpenAI)

Leia mais:

Teste controlado da IA generativa

  • Para a Disney, a parceria funciona como um experimento cuidadosamente calculado.
  • Ao limitar a exclusividade, a empresa preserva sua flexibilidade estratégica e avalia, na prática, como a IA generativa pode interagir com sua vasta propriedade intelectual.
  • “Sempre acreditamos que, se a disrupção vai acontecer, devemos fazer parte dela”, afirmou Iger, ao defender a decisão.
  • A postura cautelosa ficou evidente no mesmo dia em que o acordo foi anunciado, quando a Disney também enviou uma notificação extrajudicial ao Google, acusando a empresa de violação de direitos autorais — um sinal de que a companhia pretende proteger rigidamente seus ativos criativos.
Parceria de três anos dá à OpenAI apenas um ano de uso exclusivo de personagens icônicos – Imagem: Photo For Everything/Shutterstock

Diretrizes e direitos autorais

Segundo Iger, o acordo não ameaça criadores nem artistas, já que vozes, nomes e imagens de intérpretes não fazem parte do licenciamento. O CEO da OpenAI, Sam Altman, afirmou que haverá diretrizes claras sobre como os personagens poderão ser usados, com a Disney mantendo controle contínuo sobre essas regras.

A estratégia reflete o desafio das grandes empresas de mídia: explorar o potencial da IA sem perder o controle sobre suas marcas mais valiosas.

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Disney testa a IA generativa sem fechar portas para concorrentes da OpenAI – Imagem: BGStock72/Shutterstock
Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.