Hubble captura nova imagem do 3I/ATLAS

O Telescópio Espacial Hubble, da NASA, operado em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA) obteve uma nova imagem do cometa 3I/ATLAS
Flavia Correia16/12/2025 11h54, atualizada em 16/12/2025 11h58
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Cometa interestelar 3I/ATLAS capturado em 14 de dezembro de 2025 por um telescópio terrestre em June Lake, Califórnia, EUA. Crédito: Dan Bartlett via Spaceweather.com
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Descoberto em julho, o cometa 3I/ATLAS é o terceiro objeto interestelar já identificado no Sistema Solar. Detectado por sistemas automatizados de vigilância do céu, ele chamou atenção por apresentar uma trajetória incompatível com objetos formados ao redor do Sol, indicando uma origem externa.

Após o alerta inicial, a Agência Espacial Europeia (ESA) organizou uma campanha internacional de observações. Telescópios no Havaí, no Chile e na Austrália foram usados para acompanhar o deslocamento do objeto e melhorar os cálculos sobre sua órbita e velocidade.

Em resumo:

  • Cometa 3I/ATLAS foi descoberto em julho deste ano;
  • Trajetória incomum revelou origem externa ao Sistema Solar;
  • Campanha internacional reuniu telescópios terrestres para refinar cálculos de órbita;
  • Observatórios espaciais, como o Hubble, ampliaram monitoramento;
  • Aproximação máxima com a Terra ocorrerá esta semana, sem riscos;
  • Em março de 2026, ele passa por Júpiter, último encontro com qualquer corpo do Sistema Solar;
  • Depois, o cometa vai embora para nunca mais voltar.
Nova imagem do cometa 3I/ATLAS, registrada pelo Hubble em 30 de novembro. Créditos: NASA, ESA, STScI, D. Jewitt (UCLA). Processamento de imagem: J. DePasquale (STScI)

Leia mais:

Hubble observou o visitante interestelar em agosto

Com o avanço do monitoramento, observatórios espaciais passaram a integrar o esforço científico. O Telescópio Espacial Hubble, operado pela NASA em parceria com a ESA, que já havia registrado o 3I/ATLAS em agosto, capturou novas imagens em 30 de novembro, faltando poucas semanas para a passagem mais próxima da Terra.

Desde o início de novembro, o cometa voltou a ficar visível após emergir de trás do Sol. Nessa fase, houve um esperado aumento da liberação de gases, o que permitiu análises mais precisas. O Hubble acompanhou o objeto passando a cerca de 286 milhões de quilômetros da Terra, usando o instrumento WFC3.

O Telescópio Espacial Hubble capturou esta imagem do cometa interestelar 3I/ATLAS em 21 de julho de 2025, quando o objeto estava a 445 milhões de quilômetros da Terra. Imagem: NASA, ESA, David Jewitt (UCLA); Processamento de imagem: Joseph DePasquale (STScI)

A maior aproximação do 3I/ATLAS com o nosso planeta será na sexta-feira (19), quando o “forasteiro” estará a cerca de 270 milhões de quilômetros de distância, que equivale a quase o dobro do espaço médio entre a Terra e o Sol, sem representar qualquer risco.

Além do Hubble, a ESA vêm acompanhando o 3I/ATLAS com uma ampla rede de espaçonaves, incluindo o XMM-Newton, da própria agência, e a Missão de Imagem e Espectroscopia de Raios X (XRISM), liderada pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA). Durante a passagem próxima a Marte, sondas em órbita do planeta também contribuíram.

Os dados confirmam que se trata de um cometa, mas com propriedades incomuns. Ele apresenta alto teor de dióxido de carbono, pouca água e sinais de níquel atômico. Agora em afastamento, deve cruzar a órbita de Júpiter no próximo ano, o que pode alterar levemente sua trajetória, ficando fora do alcance dos principais telescópios até deixar o Sistema Solar para sempre.

Imagens recentes de 3I/ATLAS capturadas por seis espaçonaves da NASA espalhadas pelo sistema solar. Créditos: NASA/Goddard/LASP/CU Boulder/JPL-Caltech/Universidade do Arizona/Southwest Research Institute/Observatório Lowell/Qicheng Zhang/ASU/MSSS

3I/ATLAS pode não ser um cometa? 

Um estudo recente sobre o 3I/ATLAS levantou uma dúvida: ele seria mesmo um cometa ou pode ser um asteroide? A questão surgiu após a análise de imagens que mostram comportamentos incomuns em sua superfície, dificilmente vistos em cometas.

No entanto, o astrônomo amador Cristóvão Jacques, fundador do Observatório SONEAR, em Oliveira (MG), esclarece que a pesquisa não propõe uma mudança de classificação. Entenda a polêmica aqui.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.