Siga o Olhar Digital no Google Discover
As vacinas atuais contra a gripe são eficazes para reduzir o risco de infecção individual, mas têm impacto limitado na interrupção da transmissão do vírus.
Agora, um novo estudo liderado pela Universidade de Michigan em parceria com o Instituto Pasteur aponta um caminho promissor para vacinas mais completas, capazes de proteger não apenas quem é imunizado, mas também a comunidade como um todo.
A pesquisa sugere que futuras vacinas poderiam se beneficiar da incorporação de anticorpos gerados naturalmente após a infecção, especialmente aqueles direcionados à neuraminidase (NA), além da cabeça e da haste da hemaglutinina (HA).
Esses componentes adicionais ajudariam a diminuir a capacidade do vírus de se espalhar entre pessoas.

Uma proteína pouco explorada
- Segundo os pesquisadores, a neuraminidase tem sido historicamente subestimada no desenvolvimento de vacinas.
- “A NA desempenha um papel fundamental não só na redução do risco de infecção, mas também na diminuição da transmissibilidade”, afirma Aubree Gordon, coautora sênior do estudo e diretora do Centro de Michigan para Ameaças de Doenças Infecciosas e Preparação para Pandemias.
- A descoberta é especialmente relevante em um contexto de alertas para uma temporada de gripe severa no Hemisfério Norte, onde já foram registradas as primeiras mortes da temporada 2025–2026.
Leia mais
- Novo modelo de IA pode transformar tratamento de gripe e HIV
- É possível evitar uma gripe? Veja 8 cuidados para se proteger
- Por que ficamos mais resfriados durante o inverno?

Dados familiares e impacto coletivo
Publicado na revista Nature Communications, o estudo acompanhou 171 famílias na Nicarágua, totalizando 664 participantes ao longo de três temporadas de gripe. Como a maioria nunca havia sido vacinada, os cientistas puderam analisar a imunidade adquirida principalmente por infecção natural.
Com exames laboratoriais e modelagem matemática avançada, a equipe identificou quais anticorpos eram mais eficazes para limitar a transmissão dentro dos domicílios.
Os autores destacam que compreender a imunidade pós-infecção ajuda a revelar respostas mais duradouras e protetoras.
Essas informações podem orientar o desenvolvimento de vacinas mais robustas, capazes de reduzir hospitalizações, mortes e o impacto global da gripe, que infecta mais de 1 bilhão de pessoas todos os anos.
