Robô chef de cozinha usa IA para preparar refeições enquanto você trabalha; assista

Robô chef de cozinha usa inteligência artificial e braço mecânico para preparar refeições de forma autônoma em casa
Por Maurício Thomaz, editado por Layse Ventura 16/12/2025 05h40
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Imagem: Posha / Divulgação
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Um robô que assume o papel de chef de cozinha dentro de casa já não é mais apenas um conceito futurista. Equipamentos como o Posha mostram como a automação e a inteligência artificial começam a ocupar espaço real nas cozinhas, prometendo refeições caseiras prontas enquanto o usuário trabalha, cuida da família ou simplesmente descansa.

A proposta é ambiciosa: cozinhar de forma autônoma, com mínima intervenção humana, mantendo sabor e qualidade próximos ao preparo tradicional. As informações são do The Verge.

O Posha é um eletrodoméstico de bancada que combina visão computacional, braço robótico e sistemas automatizados de dosagem de ingredientes para preparar pratos completos do início ao fim. O processo começa com a escolha da receita em uma tela integrada ou aplicativo, seguida da colocação prévia dos ingredientes em recipientes específicos. A partir daí, o robô assume o controle, ajustando tempo, temperatura e mistura conforme analisa cor, textura e consistência dos alimentos.

Um robô chef de cozinha que trabalha sozinho

Na prática, o Posha reproduz etapas típicas de um cozinheiro humano. Ele refoga, adiciona líquidos, incorpora massas ou proteínas, dosa temperos e mexe o preparo com precisão. O sistema foi pensado para funcionar como um chef de cozinha robô, capaz de adaptar o preparo em tempo real, assim como uma pessoa faria ao perceber que um molho está seco demais ou que um ingrediente ainda não atingiu o ponto ideal.

Na prática, o Posha reproduz etapas típicas de um cozinheiro humano
Na prática, o Posha reproduz etapas típicas de um cozinheiro humano (Imagem: Jennifer Pattison Tuohy / The Verge)

Mesmo pratos considerados trabalhosos, como curries, risotos ou massas cremosas, podem ser preparados sem que o usuário precise permanecer diante do fogão. O equipamento mantém a comida aquecida após o término do preparo, mexendo ocasionalmente para preservar textura e frescor até a hora de servir. A proposta central é devolver tempo ao usuário, especialmente a famílias que enfrentam rotinas longas de trabalho e pouco espaço para cozinhar diariamente.

Segundo o conceito apresentado pela empresa, o robô não substitui completamente o cozinheiro humano, já que o preparo prévio dos ingredientes ainda é necessário. Cortar, pesar e organizar alimentos fazem parte do processo. Ainda assim, o tempo ativo gasto na cozinha é significativamente reduzido, já que o acompanhamento constante do cozimento deixa de ser necessário.

Vantagens, limitações e o custo da automação

O Posha é vendido como um produto premium. O preço elevado e a necessidade de assinatura mensal refletem o caráter experimental e de nicho do dispositivo. Além disso, o robô depende de conexão com a internet para iniciar o preparo das receitas, pois o sistema de inteligência artificial opera majoritariamente na nuvem, embora exista um modo local de contingência para finalizar pratos em caso de queda de conexão.

O Posha é vendido como um produto premium, de preço alto. Imagem: Posha / Divulgação

Entre os pontos que chamam atenção na experiência estão:

  • preparo totalmente autônomo após a inserção dos ingredientes;
  • resultados consistentes, com pratos descritos como saborosos e bem executados;
  • biblioteca com mais de mil receitas disponíveis;
  • economia de tempo no dia a dia;
  • necessidade de limpeza frequente e espaço considerável na bancada.

Por outro lado, há limitações claras. O robô trabalha apenas com receitas de uma panela, o que restringe alguns tipos de preparo. Carnes precisam ser cortadas antes, não há grelha ou selagem direta de peças inteiras, e a variedade de receitas é mais ampla em cozinhas específicas, como a indiana e a italiana. Além disso, o tamanho do aparelho e a ausência de controles físicos podem ser um obstáculo para algumas cozinhas.

Mesmo com essas restrições, a proposta do robô chef de cozinha vai além da conveniência. Ele aponta para uma mudança cultural semelhante à que ocorreu com o micro-ondas no passado ou com os serviços de kits de refeição mais recentemente. Em cada época, novas tecnologias surgiram para resolver o mesmo problema: como manter refeições caseiras em meio a rotinas cada vez mais apertadas.

Na prática, o Posha reproduz etapas típicas de um cozinheiro humano. Imagem: Posha / Divulgação

O Posha não elimina o prazer de cozinhar para quem aprecia o processo, mas oferece uma alternativa para momentos em que o cansaço ou a falta de tempo tornam essa tarefa inviável. Ao assumir funções repetitivas e exigir apenas supervisão mínima, o robô se posiciona como um assistente culinário avançado, não como um substituto completo do cozinheiro humano.

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Como toda tecnologia conectada, ele também levanta questionamentos sobre dependência de software, atualizações e a longevidade de um produto atrelado a uma startup. Ainda assim, como demonstração prática do que já é possível fazer hoje, o Posha funciona como um sinal claro de que a ideia de ter um chef de cozinha robô em casa está deixando o campo da ficção científica para se tornar uma realidade concreta — ainda cara, ainda limitada, mas cada vez mais próxima do cotidiano.

Maurício Thomaz
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.