O que o James Webb revelou sobre planetas habitáveis em 2025

Confira as descobertas do James Webb em 2025 sobre exoplanetas como TOI-561 b, LHS 1140 b e a busca por vida em K2-18 b
Por Joaquim Luppi, editado por Carlos Emanoel 17/12/2025 05h45
O que o James Webb revelou sobre planetas habitáveis em 2025
O James Webb detectou neste mundo a presença de metano e dióxido de carbono - (Imagem gerada por inteligência artificial-GPT/Olhar Digital)
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O ano de 2025 marcou um ponto de virada na astronomia moderna, com o Telescópio Espacial James Webb (JWST) indo muito além da simples detecção de planetas: ele começou a “cheirar” a atmosfera desses mundos distantes. As análises espectroscópicas mais recentes revelaram cenários surpreendentes, desde planetas de lava que desafiam a física até super-Terras que podem abrigar oceanos de água líquida, mudando drasticamente nossa compreensão sobre a habitabilidade fora do Sistema Solar.

Mundos de lava e oceanos oculares

Uma das revelações mais impactantes divulgadas pela NASA em dezembro de 2025 foi sobre o exoplaneta TOI-561 b. Embora seja um mundo infernal de magma, o Webb detectou fortes evidências de uma atmosfera espessa ao seu redor, algo que os cientistas achavam impossível devido à proximidade extrema com sua estrela. Isso sugere que planetas rochosos podem ser mais resilientes do que imaginávamos.

Em paralelo, o planeta LHS 1140 b se consolidou como um dos melhores candidatos a possuir água líquida. Dados recentes indicam que ele pode ser um “mundo globo ocular” (eyeball planet), onde um lado é coberto por gelo eterno e o outro, virado para a estrela, sustenta um oceano líquido aberto, criando um cenário fascinante para a astrobiologia.

Grandes Descobertas de Exoplanetas (2024/2025)

ExoplanetaTipo PrincipalGrande Descoberta de 2024/2025
TOI-561 bSuper-Terra (Mundo de Lava)Possui atmosfera densa mesmo sendo extremamente quente (“bola de lava úmida”).
LHS 1140 bSuper-Terra (Mundo Oceânico)Indícios de ser um planeta com oceano líquido em um dos lados e atmosfera de nitrogênio.
K2-18 bSub-Netuno (Mundo Hiceânico)Detecção de metano, CO2 e possíveis traços de dimetil sulfeto (DMS).

Encontramos finalmente sinais de vida?

A pergunta que todos fazem gira em torno do planeta K2-18 b. O James Webb detectou neste mundo a presença de metano e dióxido de carbono, o que apoia a teoria de que ele seja um mundo “Hiceânico” (coberto por oceanos sob uma atmosfera rica em hidrogênio). Mas o que realmente agitou a comunidade científica foi a detecção provisória de dimetil sulfeto (DMS).

Na Terra, o DMS é produzido quase exclusivamente por vida microbiana nos oceanos (fitoplâncton). Embora os dados de 2025 ainda exijam cautela e mais confirmações para descartar processos geológicos desconhecidos, essa permanece sendo a “pista” mais intrigante de atividade biológica já captada em um exoplaneta até hoje.

O que o James Webb revelou sobre planetas habitáveis em 2025
O James Webb detectou neste mundo a presença de metano e dióxido de carbono – (Imagem gerada por inteligência artificial-GPT/Olhar Digital)

O desafio do sistema TRAPPIST-1

Nem todas as notícias foram de celebração imediata. O sistema TRAPPIST-1, famoso por ter sete planetas rochosos, mostrou-se um desafio complexo. As observações focadas nos planetas internos, como o TRAPPIST-1 b e o TRAPPIST-1 c, e mais recentemente no TRAPPIST-1 d, sugerem que esses mundos podem ter perdido quase toda a sua atmosfera.

Isso acontece porque a estrela anã vermelha no centro do sistema é muito ativa. Para que um planeta nesse sistema seja habitável, ele precisa vencer barreiras enormes que o Webb ajudou a mapear:

  • Ventos Estelares: A radiação intensa pode “varrer” a atmosfera para o espaço.
  • Acoplamento de Maré: Um lado do planeta frita enquanto o outro congela, dificultando a circulação atmosférica.
  • Falta de Hidrogênio: A ausência de uma camada protetora espessa deixa a superfície exposta a raios ultravioleta.

O futuro da exploração atmosférica

Apesar dos desafios com anãs vermelhas, o sucesso com mundos como LHS 1140 b prova que o James Webb está cumprindo sua missão. Estamos deixando de perguntar apenas “onde estão os planetas” para investigar “do que eles são feitos”.

Os próximos passos envolvem empilhar mais dados de trânsito (quando o planeta passa na frente da estrela) para limpar o ruído dos dados. A cada nova observação, a imagem de um universo repleto de mundos complexos, úmidos e com potencial químico se torna mais nítida.

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Joaquim Luppi
Colaboração para o Olhar Digital

Joaquim Luppi é colaborador do Olhar Digital

Colaboração para o Olhar Digital

Carlos Emanoel é colaborador no Olhar Digital