Whole Foods vai adotar lixeira inteligente para reduzir desperdício de alimentos

Whole Foods anuncia lixeira inteligente que usa IA para reduzir desperdício e gerar ração animal a partir de resíduos
Por Maurício Thomaz, editado por Rodrigo Mozelli 17/12/2025 06h50
Whole Foods anuncia lixeira inteligente que usa IA para reduzir desperdício e gerar ração animal a partir de resíduos.
Whole Foods anuncia lixeira inteligente que usa IA para reduzir desperdício e gerar ração animal a partir de resíduos (Imagem: Mill / divulgação)
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A Whole Foods anunciou que passará a adotar um novo modelo de lixeira inteligente para resíduos alimentares em suas lojas a partir de 2027. A iniciativa será viabilizada por meio de uma parceria entre a Amazon, dona da rede de supermercados, e a startup Mill, especializada em soluções tecnológicas para redução de desperdício de alimentos com apoio de inteligência artificial (IA). As informações são da Axios.

A proposta é instalar recipientes inteligentes capazes de transformar restos de frutas e vegetais em ração para galinhas, que posteriormente contribuirá para a produção dos próprios ovos vendidos pela rede. Segundo a Mill, a tecnologia pode reduzir o volume de resíduos em até 80%, diminuindo custos operacionais e a emissão de gases de efeito estufa associados ao descarte de alimentos.

Lixeira inteligente promete reduzir desperdício na Whole Foods

De acordo com a startup, os equipamentos funcionam por meio de um sistema que desidrata e tritura os restos de alimentos, transformando-os em um material semelhante à borra de café. Esse resíduo pode ser compostado ou utilizado diretamente como ração animal. No modelo adotado pela Whole Foods, o material será destinado a fornecedores de ovos da marca própria da rede.

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No modelo adotado pela Whole Foods, o material será destinado a fornecedores de ovos da marca própria da rede (Imagem: Susan Montgomery/Shutterstock)

A solução é equipada com sensores e recursos de inteligência artificial que permitem analisar, em tempo real, quais alimentos estão sendo mais descartados. Com isso, a expectativa é gerar dados que ajudem a ajustar processos internos, como a quantidade de produtos preparados ou colocados à venda diariamente. Segundo o CEO e cofundador da Mill, Matt Rogers, esse tipo de análise pode indicar, por exemplo, quando um item específico está sendo produzido em excesso.

Até agora, a Mill vinha atuando principalmente no mercado residencial e corporativo, com dispositivos do tamanho de uma lixeira doméstica. O acordo com a Amazon marca a primeira entrada da empresa no varejo alimentar em larga escala, com equipamentos adaptados para volumes maiores, compatíveis com a rotina de supermercados.

Impacto ambiental e investimento da Amazon na tecnologia

O movimento ocorre em um contexto em que o desperdício de alimentos é visto como um problema global. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU) citados pela empresa, a perda e o desperdício de alimentos respondem por cerca de 8% a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa e geram custos estimados em US$ 1 trilhão (R$ 5,5 trilhões, na conversão direta) por ano.

Prato com alimentos saudáveis
Perda e o desperdício de alimentos respondem por cerca de 8% a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa (Imagem: Brooke Lark/Unsplash)

Nos Estados Unidos, o impacto também é significativo. Um estudo de 2014 aponta que cerca de 10% de todos os alimentos são descartados anualmente em supermercados do país, o equivalente a aproximadamente 19,5 trilhões de quilos. Para um setor que opera com margens apertadas, cada item jogado fora representa prejuízo financeiro e aumento da pegada de carbono.

A Amazon, por meio do Climate Pledge Fund, está investindo um valor não divulgado na Mill. Desde sua fundação, em 2020, a startup já levantou US$ 250 milhões (R$ 1,3 bilhão) em aportes, com participação de fundos, como Google Ventures, Breakthrough Energy Ventures e outros investidores focados em sustentabilidade e impacto climático.

Entre os principais objetivos da parceria estão:

  • Reduzir o volume de resíduos alimentares nas lojas da Whole Foods;
  • Transformar desperdício em insumo para a cadeia de produção de ovos;
  • Gerar dados em tempo real para melhorar decisões operacionais;
  • Diminuir custos e emissões associadas ao descarte de alimentos.

Amazon
Reduzir o volume de resíduos alimentares nas lojas da Whole Foods é um dos objetivos da parceria da Amazon (Imagem: Jim Parkin/Shutterstock)

Segundo Rogers, a iniciativa busca criar um ciclo fechado, no qual o alimento descartado retorna à cadeia produtiva de forma útil. Ele afirma que a aplicação prática da inteligência artificial nesse contexto pode ajudar a definir se a tecnologia realmente entregará benefícios concretos além do discurso.

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A expectativa é que, após a implementação nas lojas da Whole Foods, a Mill passe a oferecer a solução também para restaurantes e outros estabelecimentos comerciais, ampliando o alcance da lixeira inteligente no setor alimentício.


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Maurício Thomaz
Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista com mais de 13 anos de experiência, tenho faro pela audiência e verdadeira paixão em buscar alternativas mais assertivas para a entrega do conteúdo ao usuário.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.