Apps que simulam nudez serão banidos no Reino Unido

Reino Unido vai proibir aplicativos de “nudificação” com IA para proteger mulheres e crianças de deepfakes e abuso sexual online
Por Valdir Antonelli, editado por Layse Ventura 18/12/2025 18h28
Ilustração de deepfake de rosto de mulher
(Imagem: metamorworks/Shutterstock)
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O governo do Reino Unido anunciou que irá proibir aplicativos de “nudificação”, que usam inteligência artificial para simular a remoção de roupas em imagens. A medida faz parte de uma estratégia maior para reduzir a violência contra mulheres e meninas.

Segundo autoridades, a proibição pretende impedir que a tecnologia seja usada para humilhar, explorar ou abusar de pessoas sem consentimento.

Aplicativos que simulam nudez serão banidos no Reino Unido como parte de estratégia contra violência digital.
Aplicativos que simulam nudez serão banidos no Reino Unido como parte de estratégia contra violência digital. Imagem: Pixels Hunter/Shutterstock

O que são os aplicativos de nudificação

Esses aplicativos utilizam IA generativa para criar imagens ou vídeos falsos, simulando nudez de alguém sem autorização, explica a BBC. Especialistas alertam que eles podem causar danos graves, principalmente quando usados para criar material de abuso sexual infantil (CSAM).

Mulheres e meninas merecem estar seguras online, assim como offline. Não ficaremos de braços cruzados enquanto a tecnologia é usada como arma para abusar, humilhar e explorar.

Liz Kendall, Secretária de Tecnologia do Reino Unido, à BBC.

Criar imagens deepfake explícitas sem consentimento já é crime, mas a nova lei torna ilegal também criar ou distribuir aplicativos que facilitem esse tipo de conteúdo.

Governo do Reino Unido age contra deepfakes de nudez para impedir abuso, humilhação e exploração.
Governo do Reino Unido age contra deepfakes de nudez para impedir abuso, humilhação e exploração. Imagem: Mihai Surdu/Shutterstock

Apoio de organizações e combate ao abuso infantil

Organizações de proteção à infância têm apoiado a iniciativa. A Internet Watch Foundation (IWF), que permite que menores denunciem imagens explícitas de si mesmos online, destacou que 19% dos denunciantes confirmaram que suas imagens foram manipuladas.

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Sua diretora-executiva, Kerry Smith, afirmou que “aplicativos como este colocam crianças reais em risco ainda maior e vemos as imagens sendo coletadas em alguns dos cantos mais obscuros da internet.”

No entanto, apesar de ter elogiado a medida, a Dra. Maria Neophytou, da NSPCC, destacou a necessidade de proteções obrigatórias em dispositivos, para impedir a disseminação de CSAM em mensagens privadas e redes sociais.

imagem mostra um criminoso gerando imagens de abuso sexual infantil de crianças usando inteligência artificial
IWF revela que 19% das crianças denunciaram imagens manipuladas, reforçando a necessidade de proteção online. Imagem gerada por IA via DALL-E/Olhar Digital

Tecnologia e medidas preventivas

O governo britânico também anunciou parceria com empresas de tecnologia, incluindo a SafeToNet, que desenvolveu software de IA capaz de:

  • Identificar e bloquear conteúdo sexual em imagens.
  • Bloquear câmeras quando conteúdo sexual é detectado.
  • Auxiliar plataformas a impedir que crianças compartilhem fotos íntimas.

Esses métodos se baseiam em filtros semelhantes aos usados por empresas como a Meta, que detectam e sinalizam nudez em imagens para proteção infantil.

Valdir Antonelli
Colaboração para o Olhar Digital

Valdir Antonelli é jornalista com especialização em marketing digital e consumo.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.