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Quase cinco anos depois de iniciar a exploração da superfície de Marte, o rover Perseverance, da NASA, continua operando em excelente estado e com grande margem para seguir avançando.
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Cientistas da missão informaram que o veículo ainda pode percorrer mais do que o dobro da distância já registrada até agora. A previsão foi apresentada durante um encontro da União Geofísica Americana, realizado na Louisiana, nos EUA.
Em resumo:
- Passados cinco anos desde que pousou em Marte, o rover Perseverance segue explorando o planeta em excelente estado;
- Estima-se que ele pode percorrer 100 km até o fim da missão, recorde absoluto entre veículos fora da Terra;
- Design reforçado das rodas garante deslocamentos longos sem danos estruturais;
- Na Cratera Jezero, coleta amostras buscando sinais antigos de vida;
- Missão pode operar até 2031, limitada gradualmente pelo gerador nuclear.

Se tudo correr conforme o planejado, o robô de seis rodas poderá alcançar cerca de 100 quilômetros de deslocamento total até o fim da missão. Esse número representa um marco importante na exploração espacial, já que nenhum outro veículo robótico percorreu uma distância tão grande em outro planeta. O rover tem tamanho aproximado ao de um carro de passeio e foi projetado para enfrentar terrenos difíceis.
Recorde atual é de outro rover da NASA em Marte
Essa projeção o coloca no caminho para superar o recorde atual de 45,16 quilômetros, estabelecido pelo rover Opportunity, também da NASA, que explorou Marte por mais de 14 anos, até ter sua missão encerrada em 2018, após uma intensa tempestade de poeira que comprometeu sua fonte de energia solar.
De acordo com Steve Lee, gerente adjunto do projeto no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, na Califórnia, o Perseverance está “em excelente estado”. Ele explicou que testes de engenharia recentes confirmaram que os atuadores responsáveis por direcionar as rodas podem operar de forma eficiente por pelo menos mais 60 quilômetros, além do que já foi percorrido.

Desde que pousou na Cratera Jezero, em 18 de fevereiro de 2021, o rover já percorreu cerca de 40 quilômetros. Inicialmente, ele havia sido certificado para rodar apenas 20 quilômetros ao longo de toda a missão. A ampliação desse limite mostra como o projeto se beneficiou da experiência acumulada em missões anteriores.
Um exemplo importante é o rover Curiosity, lançado alguns anos antes do Perseverance e ainda em atividade. Suas rodas sofreram danos inesperados ao atravessar terrenos mais ásperos do que o previsto, acumulando amassados e perfurações. Com base nessas lições, os engenheiros reforçaram o design do Perseverance, aumentando o diâmetro das rodas e dobrando a quantidade de sulcos.
Segundo Lee, essa estratégia se mostrou bastante eficaz. Até o momento, as rodas do Perseverance permanecem em ótimas condições, sem registros de furos ou rasgos. Isso dá confiança à equipe para planejar trajetos mais longos e explorar regiões ainda pouco conhecidas do planeta.
Local de pouso é promissor para busca de vida
A Cratera Jezero, seu local de pouso, é o resultado de um grande impacto ocorrido há cerca de 3,9 bilhões de anos. No passado distante, a depressão abrigou um lago e um delta de rio, o que a torna especialmente interessante para a busca por sinais de vida microbiana antiga.
O Perseverance já perfurou rochas, coletou amostras e subiu mais de 400 metros pela parede interna da cratera. Durante essa jornada, encontrou formações geológicas consideradas promissoras. Uma delas é uma rocha em forma de ponta de flecha, batizada de Cheyava Falls. Ela apresenta estruturas e assinaturas químicas que podem ter se formado por processos associados à vida microbiana, quando Marte era muito mais úmido do que hoje, segundo um estudo publicado em setembro na revista Nature.

Mais recentemente, em um artigo publicado na quarta-feira (17) na Science, cientistas relatam resultados da “Unidade Marginal” da cratera, onde o Perseverance coletou amostras ricas no mineral olivina, um mineral que se forma em altas temperaturas no interior do planeta. Com o tempo, esse material foi exposto na superfície e interagiu com água e dióxido de carbono.
De acordo com a pesquisa, essas interações resultaram na formação de minerais carbonáticos, que guardam vestígios químicos de ambientes antigos e oferecem pistas importantes sobre a evolução geológica de Marte e a possível existência de condições favoráveis à vida no passado.
Para Ken Williford, autor principal do estudo, a presença conjunta de olivina e carbonatos foi decisiva na escolha da Cratera Jezero como local de pouso. Esses minerais funcionam como indicadores da evolução do planeta e do seu potencial biológico. A expectativa é encontrar materiais semelhantes em regiões além da borda da cratera.
Atualmente, o Perseverance carrega seis tubos de amostra ainda não utilizados. Outros tubos já contêm material coletado, mas alguns ainda não foram selados, o que permite substituí-los caso surjam alvos mais interessantes. Essa flexibilidade é considerada essencial para aproveitar ao máximo as oportunidades científicas.
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Próximos passos do rover Perseverance
Nos próximos dias, o rover deve chegar a uma área conhecida como Lac de Charmes, logo após a borda da cratera. Segundo a NASA, as rochas dessa região parecem mais antigas e preservadas, o que pode revelar informações ainda mais detalhadas sobre os primeiros processos geológicos de Marte.
Apesar do entusiasmo com as amostras coletadas, trazer esse material à Terra ainda é algo incerto. O programa de Retorno de Amostras de Marte enfrenta restrições econômicas e segue sem definição clara. Mesmo assim, a equipe afirma que os planos científicos de curto prazo não serão alterados.
O rover Perseverance está programado para seguir em missão pelo menos até 2028, e avaliações da NASA indicam que ele pode continuar operando até 2031. O principal limite é o gerador nuclear que fornece energia, cuja potência diminui gradualmente. Ainda assim, segundo os cientistas, “há muito trabalho a ser feito” enquanto o rover continua explorando o Planeta Vermelho.