Segurança nacional: EUA restringem drones fabricados fora do país

EUA proíbem novos drones e peças estrangeiras por riscos à segurança nacional, afetando marcas, como DJI e Autel Robotics
Por Valdir Antonelli, editado por Rodrigo Mozelli 24/12/2025 07h00
Duas pessoas operando um drone
DJI é a principal afetada por essa medida (Imagem: Reprodução/DJI Flip)
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A Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos EUA anunciou a proibição de novos drones e componentes fabricados fora do país, citando riscos à segurança nacional. A medida mira, principalmente, marcas chinesas populares no mercado americano, como DJI e Autel Robotics.

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A decisão permite exceções específicas concedidas pelo Departamento de Defesa e pelo Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), caso os modelos sejam considerados seguros, segundo o Gizmodo.

Por que a proibição foi adotada

Segundo a FCC, drones e peças fabricados fora dos EUA representam “riscos inaceitáveis” à segurança nacional e à proteção de cidadãos estadunidenses. A lista de itens proibidos inclui equipamentos e serviços de comunicação que possam comprometer dados sensíveis.

O documento informativo aponta que eventos futuros de grande porte, como a Copa do Mundo de 2026, o America250 e os Jogos Olímpicos de 2028 em Los Angeles, reforçam a necessidade de proteger o espaço aéreo do país.

Drones de marcas chinesas enfrentam restrições nos EUA; algumas exceções podem ser aprovadas por órgãos de segurança.
Drones de marcas chinesas enfrentam restrições nos EUA; algumas exceções podem ser aprovadas por órgãos de segurança (Imagem gerada por inteligência artificial-GPT/Olhar Digital)

Histórico e impactos no mercado

A proibição decorre de um projeto de lei de defesa aprovado no ano passado, que exigia análise dos riscos de drones estrangeiros, com foco em empresas chinesas, como SZ DJI Technology e Autel Robotics.

Especialistas lembram que esforços para restringir drones chineses nos EUA já duram quase uma década. Em 2017, o Exército estadunidense proibiu drones da DJI por preocupações com segurança cibernética.

Atualmente, a DJI domina de 70% a 90% do mercado comercial, governamental e recreativo nos EUA. Alguns usuários já começaram a estocar modelos antes da entrada em vigor da medida.

Eventos de grande porte motivam a FCC a proibir drones e peças estrangeiras por risco à segurança nacional.
Eventos de grande porte motivam a FCC a proibir drones e peças estrangeiras por risco à segurança nacional (Imagem: Andy Dean Photography/Shutterstock)

Reações e posicionamento das empresas

Um porta-voz da DJI declarou ao Gizmodo que a empresa está “decepcionada” e defende que seus produtos estão entre os mais seguros do mercado.

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“Como líder do setor, a DJI defende um mercado aberto e competitivo que beneficie todos os consumidores e usuários comerciais dos EUA, e continuará a fazê-lo”, afirmou o porta-voz, reforçando que avaliações governamentais e independentes comprovam a segurança dos equipamentos.

A proibição de drones estrangeiros segue projeto de defesa que analisou riscos de empresas chinesas como DJI e Autel.
Proibição de drones estrangeiros segue projeto de defesa que analisou riscos de empresas chinesas, como DJI e Autel (Imagem: Cristian Martin/iStock)

O que muda para usuários e empresas que usam drones

  • Varejistas podem vender modelos previamente aprovados.
  • DHS e Departamento de Defesa podem liberar exceções para modelos específicos.
  • Empresas chinesas enfrentam restrições na entrada de novos produtos.
  • Usuários que dependem de drones comerciais ou recreativos devem planejar aquisições futuras.

A decisão da FCC reforça a preocupação dos EUA com a segurança nacional e a proteção de dados sensíveis, enquanto a indústria de drones avalia os impactos regulatórios e logísticos da medida.

Valdir Antonelli
Colaboração para o Olhar Digital

Valdir Antonelli é jornalista com especialização em marketing digital e consumo.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.