China adia produção em massa de carros autônomos; saiba o motivo

Objetivo do governo do país era iniciar a produção em massa dos veículos autônomos para venda ao público em geral até o fim deste ano
Alessandro Di Lorenzo25/12/2025 18h45
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Imagem: metamorworks/Shutterstock
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O ano de 2025 seria, para muitos, um marco para o mercado dos carros autônomos. Na China, por exemplo, diversas montadoras iniciaram o ano com otimismo, planejando uma produção em massa destes veículos.

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Esse cenário, no entanto, não se concretizou. Os órgãos reguladores do país só autorizaram o início da venda destes produtos nos últimos dias, e com uma série de restrições. Uma postura cautelosa e motivada por um acidente fatal.

Carros autônomos serão conectados também entre si, melhorando o fluxo do trânsito
Meta de Pequim envolvendo o mercado de carros autônomos era bastante ousada (Imagem: Zapp2Photo/Shutterstock)

Restrições visam aumentar segurança das operações

  • O Ministério da Indústria e da Tecnologia da Informação da China liberou o Beijing Automotive Group e a Changan Automobile a operar táxis autônomos em três trechos de rodovia em cada cidade-sede das empresas.
  • Os veículos, no entanto, não poderão mudar de faixa enquanto estiverem sob controle do computador.
  • Em qualquer outra via, eles só poderão circular sob o comando de um motorista humano.
  • As autoridades chinesas reconhecem que as restrições são um duro golpe para o plano estabelecido pelo país há quase cinco anos.
  • Na oportunidade, foi colocada como meta iniciar a produção em massa dos veículos autônomos para venda ao público em geral até o fim deste ano.
  • Por outro lado, Pequim destaca que a medida é necessária para garantir uma maior segurança do serviço, e que representa uma pausa e não uma interrupção no avanço da tecnologia.
  • As informações são do The New York Times.

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Autoridades chinesas querem garantir segurança das operações (Imagem: Scharfsinn/Shutterstock)

Acidente gerou dúvidas sobre os carros autônomos

A mudança de postura foi motivada por um acidente com um Xiaomi SU7, no fim do mês de março deste ano, que matou três mulheres, todas estudantes universitárias. O caso levantou dúvidas sobre se motoristas ou montadoras poderiam ser responsabilizados legalmente.

Segundo a Xiaomi, o carro estava a cerca de 116 km/h em modo de direção assistida quando detectou que sua faixa havia sido fechada por causa de obras. O veículo emitiu um aviso sonoro: “Por favor, esteja atento a obstáculos à frente”. O motorista assumiu o controle do veículo, que colidiu um segundo depois contra uma barreira de concreto.

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Acidente fatal envolvendo um Xiaomi SU7 acendeu sinal de alerta na China (Imagem: Robert Way/Shutterstock)

A repercussão foi tanta que o Ministério da Segurança Pública da China precisou divulgar um comunicado alertando que a tecnologia de direção assistida disponível em carros produzidos em massa na China não é a mesma coisa que a condução totalmente automatizada. Também advertiu os motoristas contra conversas que possam distraí-los.

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.