Acordo do TikTok: China espera colaboração por parte dos Estados Unidos

Ministério do Comércio da China afirmou que espera que empresas americanas cumpram regras chinesas no acordo com o TikTok
Vitoria Lopes Gomez25/12/2025 16h16
Bandeiras de EUA e China em contraste com o logo do TikTok
(Imagem: Ascannio/Shutterstock)
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Após a ByteDance, controladora do TikTok, assinar um acordo para vender o controle da operação da rede social nos Estados Unidos, o Ministério do Comércio da China afirmou nesta quinta-feira (25) que espera que as empresas compradoras estejam em conformidade com leis e regulamentos chineses.

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Em declaração, o porta-voz do Ministério pediu colaboração por parte dos EUA.

Logo do TikTok em um smartphone
Transação deverá ser concluída até 22 de janeiro (Imagem: DANIEL CONSTANTE/Shutterstock)

China pediu colaboração dos EUA

A fala aconteceu nesta quinta-feira, em coletiva de imprensa do Ministério do Comércio da China. Segundo a Reuters, ao ser questionado sobre a venda do TikTok nos EUA, o governo respondeu que gostaria que as empresas chegassem a soluções que estejam de acordo com as leis chinesas e “equilibrem os interesses de todas as partes”.

Espera-se que os Estados Unidos trabalhem com a China na mesma direção, cumpram seriamente os seus compromissos correspondentes e proporcionem um ambiente de negócios justo, aberto, transparente e não discriminatório para a operação contínua e estável das empresas chinesas nos EUA.

He Yongqian, porta-voz do Ministério do Comércio da China
tiktok eua china
Venda surgiu como alternativa para impedir banimento do TikTok nos EUA (Imagem: Rebel Red Runner / Shutterstock.com)

TikTok nos EUA: entenda a venda do aplicativo e o que vem por aí

Na semana passada, a ByteDance, empresa chinesa que controla o TikTok, assinou um acordo para vender a operação da rede social nos Estados Unidos.

Essa era a única alternativa para a plataforma continuar operando por lá. Isso porque, após suspeitas de espionagem chinesa usando dados de usuários mais de 170 milhões da rede social, os EUA baniram o TikTok no começo do ano, sob justificativa de “segurança nacional”.

A solução encontrada foi a criação de uma empresa comandada por investidores dos EUA para gerir o TikTok, a chamada TikTok USDS Joint Venture LLC. Trata-se de uma companhia independente para concentrar as partes sensíveis da operação no país. É ela que assume responsabilidades como proteção de dados, segurança do algoritmo, moderação de conteúdo e garantia do software – preocupações dos americanos em relação aos chineses.

Ao fundo, meio desfocado, rosto de Donald Trump com a boca aberta; à frente, logo do TikTok em um smartphone
Mesmo após banimento, Donald Trump permitiu que TikTok continuassem operando até que fosse vendido (Imagem: miss.cabul//Shutterstock)

Consórcio do TikTok é liderado por empresas americanas

  • O controle dessa nova empresa fica concentrado num consórcio liderado por investidores dos EUA;
  • Oracle e Silver Lake comandam a estrutura, ao lado do fundo MGX, de Abu Dhabi. A ByteDance mantém uma participação minoritária, inferior a 20%;
  • A operação americana é avaliada em torno de US$ 14 bilhões (aproximadamente R$ 70 bilhões);

Um ponto-chave do acordo é o papel da Oracle. A empresa se torna a chamada “parceira de segurança confiável”, responsável por auditar o cumprimento das exigências de segurança nacional e por armazenar os dados de usuários americanos em servidores nos EUA. Na prática, é uma tentativa de blindar o TikTok contra acusações de interferência externa.

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Ao mesmo tempo, o desenho separa funções. A nova joint venture cuida do que Washington considera sensível, enquanto entidades ligadas à ByteDance continuam responsáveis por áreas comerciais globais, como publicidade, marketing e e-commerce. A previsão é que todo esse arranjo esteja concluído até 22 de janeiro de 2026, data-limite estabelecida após sucessivos adiamentos.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

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