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A Waymo pode estar se preparando para levar assistentes de inteligência artificial para dentro de seus robotáxis. Indícios encontrados no código do aplicativo móvel da empresa sugerem que a companhia está testando a integração do Gemini, chatbot do Google, como um recurso voltado a interagir diretamente com passageiros durante as viagens.
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As informações foram identificadas pela pesquisadora Jane Manchun Wong, conhecida por analisar códigos de aplicativos em busca de funcionalidades ainda não lançadas.
Gemini nos robotáxis da Waymo
Segundo Wong, o sistema inclui um documento interno extenso, com mais de mil linhas, que detalha o comportamento esperado do Gemini dentro dos veículos autônomos da Waymo. O material descreve o projeto como algo além de um chatbot tradicional, com foco em acompanhamento e suporte aos usuários durante o trajeto.
De acordo com as instruções encontradas, o assistente teria a função de responder perguntas, auxiliar em comandos simples da cabine (como ajuste de temperatura, iluminação e música) e oferecer mensagens tranquilizadoras quando necessário. A ativação ocorreria pela tela do próprio carro, permitindo inclusive cumprimentos personalizados com o primeiro nome do passageiro e acesso a informações contextuais, como o histórico de corridas realizadas.
O material analisado por Wong indica que o assistente foi projetado para adotar uma identidade clara: um companheiro virtual amigável, discreto e focado em melhorar a experiência do passageiro. O uso de linguagem simples, respostas curtas e ausência de termos técnicos fazem parte das diretrizes.
Waymo is working on Gemini AI in-car assistant
— Jane Manchun Wong (@wongmjane) December 24, 2025
They tried to hide it from the app, but here’s the full 1200-line system prompt pic.twitter.com/weh1EBPj7y
Outro ponto relevante é a separação explícita entre o assistente de IA e o sistema de direção autônoma. As instruções determinam que o Gemini não se apresente como responsável pela condução do veículo. Em perguntas sobre como o carro “enxerga” a estrada, por exemplo, o bot deve atribuir essas capacidades ao sistema Waymo Driver, e não a si próprio.
O conjunto de comandos também orienta o assistente a evitar comentários sobre incidentes de direção, desempenho do sistema ou vídeos de acidentes envolvendo veículos da Waymo. Nesses casos, o bot deve desviar do assunto, sem adotar tom defensivo ou explicativo. Seu papel, segundo o documento, não é atuar como porta-voz da tecnologia de direção autônoma.
Dentro dos limites definidos, o assistente pode responder a questões de conhecimento geral, como informações sobre clima, pontos turísticos, horários de funcionamento de estabelecimentos e eventos esportivos. No entanto, ele não está autorizado a executar tarefas práticas, como fazer pedidos, reservas ou lidar com emergências.
Também há orientações específicas sobre o que o sistema não deve fazer, como alterar rotas, ajustar bancos, controlar vidros ou volume de som. Quando confrontado com pedidos fora de seu alcance, o bot deve responder de forma educada, deixando claro que a função ainda não está disponível.

Waymo não confirmou lançamento
A Waymo não confirmou oficialmente o lançamento do recurso;
Em resposta ao site TechCrunch, a empresa afirmou apenas que trabalha continuamente em melhorias para tornar a experiência de viagem mais prática e agradável, ressaltando que nem todas as novidades em teste chegam, necessariamente, ao serviço final.

Assistente de IA em robotáxis não seria novidade na Waymo
Essa não seria a primeira aplicação do Gemini na estrutura da Waymo. A empresa já declarou ter utilizado capacidades do modelo de IA para treinar seus sistemas de direção autônoma em situações complexas, pouco comuns ou de maior risco, aproveitando o conhecimento amplo do modelo.
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A Waymo não está sozinha nessa aposta. Outras empresas do setor também exploram a presença de assistentes de IA em veículos autônomos. A Tesla, por exemplo, trabalha com o Grok, da xAI, embora a proposta seja diferente. Enquanto o Gemini parece ter um papel mais funcional e focado na experiência da viagem, o Grok é apresentado como um interlocutor mais expansivo, capaz de manter conversas longas e memorizar interações anteriores.