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O Japão teria condições técnicas e materiais para desenvolver armas nucleares em um prazo relativamente curto. Avaliações de especialistas indicam que o país poderia chegar a uma capacidade nuclear básica em até três anos.
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No entanto, seguir nessa direção depende da decisão do Japão, o que ainda não aconteceu.

Japão já tem capacidade de construir armas nucleares
O Japão mantém uma das mais sofisticadas indústrias nucleares civis do mundo e acumula grandes quantidades de plutônio separado. Dados da NBC News apontam que, até 2014, o país possuía cerca de nove toneladas do material, volume considerado suficiente para a fabricação de milhares de ogivas.
Além disso, o Japão também dispõe de urânio enriquecido, outro insumo estratégico para armamentos nucleares.
Fontes ouvidas pela NBC afirmam que a capacidade técnica japonesa para desenvolver armas nucleares existe há décadas. Segundo os especialistas, se o país escolher seguir nessa direção, a construção seria rápida – o que inclui o desenvolvimento de uma ogiva simples e sua integração a sistemas de lançamento.
O Japão também conta com tecnologia de mísseis, programas espaciais, engenharia de alta precisão e uma base científica de elite, fatores que reforçam sua classificação como uma “potência nuclear latente”. O termo é usado para países que não possuem armas nucleares, mas que têm meios para obtê-las em pouco tempo.
As estimativas mencionam a possibilidade de um arsenal limitado e inicial, sem comparação com os grandes estoques da Guerra Fria.

Tensão geopolítica na Ásia
Essas projeções surgem em meio a um cenário de tensão geopolítica na Ásia:
- Em 2023, o ex-diplomata americano Henry Kissinger alertou que o Japão poderia se tornar uma potência nuclear em poucos anos, associando essa possibilidade à deterioração da ordem regional do pós-guerra e ao comportamento mais agressivo de países como China e Rússia;
- O debate também ganhou contornos políticos no Japão. A primeira-ministra Sanae Takaichi já sugeriu a necessidade de rever os três princípios não nucleares do país, que proíbem a posse, a produção e a introdução de armas nucleares;
- Em contrapartida, o governo japonês reiterou oficialmente seu compromisso com essa política. Em dezembro, o secretário-chefe do Gabinete, Minoru Kihara, afirmou que a posição do Japão em relação às armas nucleares permanece inalterada.

Japão x armas nucleares
O Japão tem capacidade técnicas e materiais suficientes para desenvolver armas nucleares, mas o avanço depende da decisão do país de realmente seguir esse caminho.
No entanto, o tema tem peso histórico e simbólico no país. O Japão é a única nação do mundo que sofreu ataques nucleares, com a destruição de Hiroshima e Nagasaki por bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial. Qualquer discussão sobre armamento nuclear representa uma mudança significativa de mentalidade.
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As fontes consultadas pelo site avaliam que, mesmo sem sinais de um programa nuclear clandestino, o simples fato de o assunto ganhar espaço reflete transformações profundas no ambiente de segurança regional. Uma eventual decisão japonesa de desenvolver armas nucleares teria forte impacto diplomático e estratégico, especialmente nas relações com a China, rival histórico do Japão.