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Yakutsk parece coisa de filme, mas é vida real: uma cidade inteira funcionando normalmente mesmo quando os termômetros despencam para níveis extremos. Localizada na Sibéria, na Rússia, ela prova que o ser humano é capaz de se adaptar até aos climas mais improváveis e transformar o frio em identidade urbana.
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O que estudos revelam sobre como Yakutsk funciona?
Pesquisas publicadas na revista científica Land explicam que Yakutsk é construída sobre permafrost, um solo permanentemente congelado que exige soluções urbanas específicas. Para evitar que o calor dos prédios derreta o solo e comprometa as estruturas, edifícios são erguidos sobre estacas e não encostam diretamente no chão.
Os estudos mostram ainda que essa adaptação molda toda a cidade, desde o sistema de aquecimento central até a forma compacta dos bairros. O resultado é uma cidade funcional, resiliente e constantemente monitorada por pesquisadores, que a usam como referência global em planejamento urbano para climas extremos.
Entre as principais estratégias urbanas estão:
Edificações Elevadas
Prédios construídos sobre estacas evitam o contato direto com o solo, reduzindo perdas térmicas e protegendo contra umidade e congelamento.
Infraestrutura Aérea
Redes aéreas de água e aquecimento facilitam a manutenção e evitam danos causados pelo solo gelado ou instável.
Calefação Centralizada
Sistemas de calefação coletiva garantem aquecimento eficiente e contínuo, com menor consumo energético por residência.
Planejamento Urbano Compacto
Cidades mais densas reduzem deslocamentos, economizam energia e aumentam a eficiência dos serviços urbanos.

Como é viver na cidade mais fria do mundo?
Yakutsk chama atenção porque não é uma vila isolada, e sim uma cidade com mais de 300 mil habitantes vivendo ali o ano inteiro. No inverno, as temperaturas podem chegar a –50 °C, o que muda completamente a relação das pessoas com a rua, o tempo e a cidade.
Tudo é planejado para minimizar a exposição ao frio extremo. Deslocamentos são rápidos, encontros são mais caseiros e a rotina acontece em espaços fechados, aquecidos e bem conectados.
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Como o frio molda os hábitos urbanos e a qualidade de vida?
No dia a dia, ninguém anda sem roupas térmicas, botas especiais e várias camadas de proteção. Carros ficam ligados por horas para não congelar, e muitos prédios têm entradas duplas para evitar a perda de calor.
Apesar do clima, Yakutsk mantém vida cultural ativa, escolas, comércio e eventos. A qualidade de vida não está ligada ao clima ideal, mas à adaptação inteligente da cidade às suas condições extremas.

Quanto custa viver em Yakutsk na prática?
O frio influencia diretamente o custo de vida, principalmente em energia, transporte e alimentos importados. Por outro lado, serviços públicos são bem estruturados para garantir sobrevivência e mobilidade.
Aluguel (1 quarto)
Despesa fixa mensal que varia conforme localização e padrão do imóvel.
Custo: MédioAquecimento e energia
Consumo elevado devido a necessidades térmicas e uso constante de energia.
Custo: AltoTransporte urbano
Deslocamentos diários com transporte público ou integração de modais.
Custo: ModeradoAlimentação
Inclui compras em mercado e refeições fora, variando conforme hábitos.
Custo: AltoViver ali exige preparo financeiro, mas também oferece estabilidade para quem se adapta ao ritmo local.
O que Yakutsk ensina sobre o futuro das cidades?
Yakutsk virou referência em debates sobre cidades resilientes e mudanças climáticas. Suas soluções inspiram projetos urbanos em regiões frias e até estratégias para enfrentar extremos de calor em outras partes do mundo. A cidade mostra que inovação urbana não depende de clima perfeito, mas de planejamento, tecnologia e respeito às condições naturais do território.
Entender Yakutsk é entender até onde a cidade pode ir quando se adapta às pessoas e não o contrário. Observar esses exemplos ajuda a repensar como vivemos, construímos e cuidamos dos espaços urbanos em qualquer lugar do planeta.