O bichinho que dá risada quando ganha cócegas igual aos humanos

Cientistas descobriram que ratos emitem sons de alegria ao receber cócegas. Entenda como esses pequenos roedores expressam diversão
Por Joaquim Luppi, editado por Layse Ventura 28/12/2025 08h47
O bichinho que dá risada quando ganha cócegas igual aos humanos
Pesquisadores descobriram que os ratos buscam ativamente brincadeiras e carinho - (Imagem gerada por inteligência artificial-ChatGPT/Olhar Digital)
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Você sabia que até os ratos gostam de uma boa brincadeira? Uma pesquisa revelou que esses pequenos animais soltam “risadas” em frequências ultrassônicas e buscam ativamente por diversão quando recebem carinho.

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A descoberta da risada ultrassônica

  • 🐭 Sinal de alegria
    Ao receberem cócegas, os ratos emitem assobios de 50 kHz, uma frequência impossível de ser ouvida pelo ouvido humano.
  • 🧤 Interação lúdica
    Os pesquisadores simularam brincadeiras manuais para observar como o cérebro do animal reagia ao estímulo prazeroso.
  • 🏃 Busca por mais
    Após a brincadeira, os ratos corriam atrás da mão do cientista e “pediam” mais cócegas, demonstrando alto nível de diversão.

Este comportamento fascinante foi detalhado em um artigo científico publicado na revista Science, em 2016, no qual os pesquisadores da Universidade Humboldt de Berlim demonstraram que os ratos não apenas apreciam o contato físico, mas emitem sons de alta frequência que funcionam como risadas. Isso prova que o bom humor e a diversão existem em seres minúsculos.

O centro do prazer no cérebro dos roedores

A pesquisa foi além da observação visual e sonora, monitorando a atividade neural dos ratos durante as sessões de carinho. Os cientistas focaram no córtex somatossensorial, a área do cérebro responsável por processar o toque. Eles perceberam que as células nervosas nessa região disparavam intensamente quando o animal recebia cócegas.

O mais impressionante é que essas mesmas células eram ativadas quando o rato apenas via a mão do pesquisador se aproximando para brincar, ou quando ele corria alegremente pela gaiola. Isso sugere que a antecipação do prazer e a brincadeira em si estão profundamente conectadas na biologia desses roedores, refletindo uma forma de consciência emocional.

O bichinho que dá risada quando ganha cócegas igual aos humanos
Ratos emitem “risadas” ultrassônicas quando recebem cócegas e demonstram alegria – (Imagem gerada por inteligência artificial-ChatGPT/Olhar Digital)

Como os cientistas mediram a felicidade animal

Para garantir que os sons emitidos não eram sinais de estresse, a equipe utilizou microfones especiais e comparou as reações em diferentes ambientes. Veja na tabela abaixo como os ratos se comportam dependendo do tipo de estímulo e da situação em que se encontram.

SituaçãoVocalizaçãoComportamento
Cócegas na barrigaUltrassônica (50 kHz)Saltos de alegria e perseguição manual
Ambiente estressanteSons mais baixos ou silêncioImobilidade ou tentativa de fuga
Interação socialFrequência variadaBrincadeiras entre membros da mesma espécie
O bichinho que dá risada quando ganha cócegas igual aos humanos
A resposta cerebral dos roedores mostra que diversão e prazer fazem parte da vida animal – (Imagem gerada por inteligência artificial-ChatGPT/Olhar Digital)

O impacto na compreensão da alegria animal

Essa descoberta revoluciona a forma como entendemos a vida interna de animais que muitas vezes são vistos apenas como pragas ou ferramentas de laboratório. Saber que um rato pode sentir alegria e expressar bom humor através de risadas aproxima a experiência emocional deles da nossa, levantando questões importantes sobre empatia e bem-estar.

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A diversão, que antes era considerada uma característica de animais com cérebros muito grandes, como golfinhos e chimpanzés, agora se mostra presente em estruturas neurais muito menores. Isso sugere que a capacidade de brincar e sentir prazer é uma ferramenta evolutiva antiga e essencial, que ajuda na coesão social e no desenvolvimento saudável de diversas espécies ao redor do mundo.

Joaquim Luppi
Colaboração para o Olhar Digital

Joaquim Luppi é colaborador do Olhar Digital. Técnico em Informática pelo IFRO, atua em instalação e manutenção de computadores, redes, sistemas operacionais, programação e desenvolvimento full-stack.

Layse Ventura
Editor(a) SEO

Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.