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O TikTok vive um dos capítulos mais decisivos de sua história nos Estados Unidos. Após anos de disputas políticas, ações judiciais e negociações entre Washington e Pequim, a plataforma chegou a um acordo que redefine sua operação no país e muda sua estrutura societária local.
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Controlado pela chinesa ByteDance, o aplicativo esteve no centro de controvérsias desde 2020, quando autoridades americanas passaram a questionar o risco de acesso do governo chinês aos dados de usuários nos EUA. Desde então, milhões de usuários acompanharam períodos de incerteza, incluindo uma interrupção temporária do serviço no início deste ano, antes do retorno do app às lojas da Apple e do Google em fevereiro.

Acordo define venda parcial da operação nos EUA
Depois de sucessivas prorrogações do prazo para um possível banimento, o impasse chegou ao fim na semana passada. O TikTok assinou um acordo para desinvestir parte de sua operação nos Estados Unidos, transferindo o controle para um grupo de investidores americanos. A medida ocorre cerca de três meses após o presidente Donald Trump assinar uma ordem executiva aprovando a venda das operações locais da plataforma.
Pouco antes, Trump havia declarado que o presidente da China, Xi Jinping, deu aval ao acordo. A ByteDance afirmou publicamente que tomaria as medidas necessárias para garantir que o TikTok continue disponível aos usuários americanos.

Quem passa a controlar o TikTok nos Estados Unidos?
Segundo um memorando obtido pelo TechCrunch, o grupo de investidores é formado pela Oracle, pela gestora de private equity Silver Lake e pela empresa de investimentos MGX. Juntas, essas companhias ficarão com 45% da operação americana do TikTok, enquanto a ByteDance manterá uma participação próxima de 20%.
A informação foi divulgada inicialmente pelo Axios, que citou fontes estimando o valor do TikTok nos EUA em cerca de US$ 14 bilhões, cifra também mencionada pelo vice-presidente JD Vance. Um relatório anterior, publicado em setembro, indicava que havia um acordo preliminar entre EUA e China prevendo um consórcio com até 80% da operação sob controle de investidores americanos, incluindo Oracle, Silver Lake e Andreessen Horowitz, com o restante nas mãos de acionistas chineses.
Nova estrutura e papel da Oracle
A gestão da plataforma ficará a cargo da recém-criada TikTok USDS Joint Venture LLC, responsável por áreas sensíveis como proteção de dados, segurança do algoritmo, moderação de conteúdo e garantia de software.
Nesse modelo, a Oracle atuará como parceira de segurança confiável. De acordo com o memorando, a empresa será responsável por auditorias e pelo cumprimento dos termos de segurança nacional. A Oracle já fornece serviços de nuvem ao TikTok e gerencia os dados de usuários americanos, além de ter tentado comprar a plataforma ainda em 2020.

Um funcionário da Casa Branca afirmou anteriormente que a Oracle ficará encarregada de replicar e proteger uma versão do algoritmo nos EUA. Os controladores americanos poderão licenciar o algoritmo da ByteDance, que será então ajustado e reprocessado sob supervisão da empresa americana. Pelo acordo, a ByteDance não terá acesso aos dados dos usuários dos EUA nem influência sobre o algoritmo utilizado no país.
O fechamento oficial do negócio está previsto para 22 de janeiro de 2026.
O que muda para os usuários americanos?
Relatos da Bloomberg indicam que, após a conclusão do acordo, o aplicativo atual do TikTok será descontinuado nos Estados Unidos. Os usuários deverão migrar para uma nova plataforma, ainda pouco detalhada. Até o momento, não há informações claras sobre recursos, funcionamento ou diferenças em relação ao app original.
Como a disputa chegou a esse ponto
A crise começou em agosto de 2020, quando Trump assinou uma ordem executiva para proibir transações com a ByteDance. No mês seguinte, seu governo tentou forçar a venda das operações do TikTok nos EUA, com Microsoft, Oracle e Walmart entre os principais interessados. A iniciativa foi temporariamente barrada por um juiz federal, permitindo que o aplicativo continuasse funcionando enquanto a disputa seguia nos tribunais.
O cenário voltou a ganhar força no ano passado, já sob o governo Joe Biden, após a aprovação de um projeto de lei no Senado que resultou na sanção presidencial contra o TikTok. Em resposta, a empresa entrou com uma ação judicial contra o governo dos EUA, alegando violação da Primeira Emenda e negando representar uma ameaça à segurança nacional. A ByteDance sempre sustentou que os dados armazenados nos EUA seguem a legislação local.
Hoje, Trump adota um discurso diferente do primeiro mandato e passou a defender um modelo de divisão equilibrada de controle entre a ByteDance e investidores americanos. Nesse processo, surgiram diversos concorrentes interessados na compra do TikTok.
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Grupos e empresas que disputaram o TikTok
Entre os postulantes esteve o The People’s Bid for TikTok, consórcio organizado por Frank McCourt, fundador do Project Liberty, com apoio da Guggenheim Securities e do escritório Kirkland & Ellis. O grupo reuniu nomes como Alexis Ohanian, Kevin O’Leary, Tim Berners-Lee e o pesquisador David Clark.
Outro concorrente foi o American Investor Consortium, liderado por Jesse Tinsley, fundador do Employer.com, e que incluía David Baszucki (Roblox), Nathan McCauley (Anchorage Digital) e o criador de conteúdo MrBeast.
Também chegaram a ser citados como interessados Amazon, AppLovin, Microsoft, Perplexity AI, Rumble, Walmart, Zoop, além de Bobby Kotick e do ex-secretário do Tesouro Steven Mnuchin.