Dez perguntas sem respostas sobre estrelas gigantes

Com massas que podem chegar até 200 vezes a do nosso Sol (que já é bem grande) as estrelas supermassivas ainda apresentam desafios para a astronomia moderna
Renato Mota03/06/2020 22h30, atualizada em 08/05/2023 11h55
20200603074917
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Siga o Olhar Digital no Google Discover

O nosso Sol é uma estrela bem grande. Com um raio médio de 696 mil quilômetros e 1,3 milhão de quilômetros de diâmetro, ele possui uma área de superfície 12 mil vezes maior do que a Terra. Mas em comparação com outras estrelas, ele é mediano. Betelgeuse, uma gigante vermelha que estava perigando virar supernova, é cerca de 700 vezes maior e 14 mil vezes mais brilhante.

Ofertas

Fone de Ouvido Headphone P47 Sem Fio Bluetooth Wireless Micro Sd 5.0 Dobrável Com Microfone Regulável Para Corrida Academia Escritório Caminhada Linha Premium (Preto)
Vendido por Amazon
Fone de Ouvido Headphone P47 Sem Fio Bluetooth Wireless Micro Sd 5.0 Dobrável Com Microfone Regulável Para Corrida Academia Escritório Caminhada Linha Premium (Preto)
De: R$ 39,90
Por: R$ 19,90
Smart TV Multi Roku 32" HD 3 HDMI 2 USB Compatível com Alexa e Google Home - TL052M
Vendido por Amazon
Smart TV Multi Roku 32" HD 3 HDMI 2 USB Compatível com Alexa e Google Home - TL052M
De: R$ 1.149,00
Por: R$ 819,00
Carregador Super Turbo 50W Ultra Rápido Tipo C e USB Com Carregamento Rápido + Cabo Tipo C Compatível Com Todos Os Dispositivos, Android, Ios 15/16, Xiaomi - Todos Dispositivos Celulares
Vendido por Amazon
Carregador Super Turbo 50W Ultra Rápido Tipo C e USB Com Carregamento Rápido + Cabo Tipo C Compatível Com Todos Os Dispositivos, Android, Ios 15/16, Xiaomi - Todos Dispositivos Celulares
De: R$ 32,90
Por: R$ 22,90
Placa de Video MSI RTX 5060 Shadow 2X OC, 8GB, GDDR7-912-V537-037
Vendido por Amazon
Placa de Video MSI RTX 5060 Shadow 2X OC, 8GB, GDDR7-912-V537-037
De: R$ 2.920,14
Por: R$ 2.240,00
Ar-Condicionado Split HW Elgin Eco Inverter II Wi-Fi 12.000 BTUs R-32 Quente/Frio 220V
Vendido por Amazon
Ar-Condicionado Split HW Elgin Eco Inverter II Wi-Fi 12.000 BTUs R-32 Quente/Frio 220V
De: R$ 2.499,00
Por: R$ 1.998,89
Freezer Vertical Consul 231 Litros - CVU26FB 110V
Vendido por Amazon
Freezer Vertical Consul 231 Litros - CVU26FB 110V
De: R$ 3.279,35
Por: R$ 2.498,89
WAP Ventilador de Torre AIR SILENCE com 4 Ní­veis de Velocidade, Time de até 15 Horas e Desligamento Automático 127V
Vendido por Amazon
WAP Ventilador de Torre AIR SILENCE com 4 Ní­veis de Velocidade, Time de até 15 Horas e Desligamento Automático 127V
De: R$ 599,90
Por: R$ 404,90
MONDIAL Ventilador de Mesa 40cm Super Power, Branco/Azul, 140W, 110V - VSP-40-W
Vendido por Amazon
MONDIAL Ventilador de Mesa 40cm Super Power, Branco/Azul, 140W, 110V - VSP-40-W
De: R$ 189,90
Por: R$ 129,90
Climatizador de Ar Digital Midea 127V 60Hz
Vendido por Amazon
Climatizador de Ar Digital Midea 127V 60Hz
De: R$ 529,99
Por: R$ 412,69
Monitor Gamer IPS 24 Polegadas, Full HD, 180Hz, 1ms, HDR400, G-SYNC, 250cd/m², Alto-falantes embutidos, Entradas HDMI/DisplayPort/USB/3.5mm
Vendido por Amazon
Monitor Gamer IPS 24 Polegadas, Full HD, 180Hz, 1ms, HDR400, G-SYNC, 250cd/m², Alto-falantes embutidos, Entradas HDMI/DisplayPort/USB/3.5mm
De: R$ 799,00
Por: R$ 593,00
Câmera Digital EOS, Canon, Preto, 23 x 14 x 17 cm
Vendido por Amazon
Câmera Digital EOS, Canon, Preto, 23 x 14 x 17 cm
De: R$ 3.799,00
Por: R$ 3.598,94
Anker MagGo Power Bank, Bateria Magnética Ultra Fina de 10.000mAh, Certificação Qi2, Portátil, Carregador MagSafe Compatível de 15W Ultra Rápido, Compatível com iPhone 17/16/15, Samsung,Xiaomi e Mais
Vendido por Amazon
Anker MagGo Power Bank, Bateria Magnética Ultra Fina de 10.000mAh, Certificação Qi2, Portátil, Carregador MagSafe Compatível de 15W Ultra Rápido, Compatível com iPhone 17/16/15, Samsung,Xiaomi e Mais
De: R$ 649,00
Por: R$ 469,00
Notebook Acer Nitro V15 ANV15-41-R4Q9 R77735HS AMD Ryzen 7 32GB 512GB SSD NVIDIA RTX 4050 15.6” FHD LED IPS 165Hz AGPOS
Vendido por Amazon
Notebook Acer Nitro V15 ANV15-41-R4Q9 R77735HS AMD Ryzen 7 32GB 512GB SSD NVIDIA RTX 4050 15.6” FHD LED IPS 165Hz AGPOS
De: R$ 7.799,00
Por: R$ 5.610,00
Câmera digital, vídeo de 5k, câmera de 75 megapixels, transmissão Wi-Fi, foco automático, zoom digital de 18x, tela giratória de 180 graus, cartão SD de 32G,câmera compacta,vlog,fotográfica
Vendido por Amazon
Câmera digital, vídeo de 5k, câmera de 75 megapixels, transmissão Wi-Fi, foco automático, zoom digital de 18x, tela giratória de 180 graus, cartão SD de 32G,câmera compacta,vlog,fotográfica
De: R$ 699,00
Por: R$ 499,00
PlayStation DualSense Controle sem fio – Branco
Vendido por Amazon
PlayStation DualSense Controle sem fio – Branco
De: R$ 499,90
Por: R$ 369,00
Robô Aspirador Liectroux XR500 Pro 3 em 1 Aspira Varre Passa Pano Com Aplicativo Compatível Com Alexa e Google Mapeamento Inteligente Salva os Mapas Bivolt
Vendido por Amazon
Robô Aspirador Liectroux XR500 Pro 3 em 1 Aspira Varre Passa Pano Com Aplicativo Compatível Com Alexa e Google Mapeamento Inteligente Salva os Mapas Bivolt
De: R$ 2.489,00
Por: R$ 1.616,02
MONDIAL Ventilador de Parede 40cm Super Turbo 8 Pás, Preto/Prata, 140W, 110V - VTX-40P-8P
Vendido por Amazon
MONDIAL Ventilador de Parede 40cm Super Turbo 8 Pás, Preto/Prata, 140W, 110V - VTX-40P-8P
De: R$ 259,90
Por: R$ 179,90
Notebook ASUS Vivobook 15 X1504VA Intel Core i5 1334U 8GB Ram 512GB SSD Windows 11 Tela 15,6" FHD Silver - NJ1740W
Vendido por Amazon
Notebook ASUS Vivobook 15 X1504VA Intel Core i5 1334U 8GB Ram 512GB SSD Windows 11 Tela 15,6" FHD Silver - NJ1740W
De: R$ 3.599,00
Por: R$ 2.759,00
Fritadeira Sem Óleo Air Fryer Eos Chef Gourmet 6.2 Litros Compacta Digital Vermelho Eaf60v 110v
Vendido por Amazon
Fritadeira Sem Óleo Air Fryer Eos Chef Gourmet 6.2 Litros Compacta Digital Vermelho Eaf60v 110v
De: R$ 299,90
Por: R$ 199,00
soundcore P20i da Anker Fone de Ouvido Sem Fio, Drivers de 10mm, Graves Potentes, Bluetooth 5.3, 30H de Bateria, Resistência à Água, 2 Microfones IA, App Personalizável
Vendido por Amazon
soundcore P20i da Anker Fone de Ouvido Sem Fio, Drivers de 10mm, Graves Potentes, Bluetooth 5.3, 30H de Bateria, Resistência à Água, 2 Microfones IA, App Personalizável
De: R$ 249,00
Por: R$ 166,19
Philips Walita Preta Fritadeira Airfryer Essential XL Digital, 6.2L de capacidade, Garantia internacional de dois anos, 110V, 2000W (RI9270/90)
Vendido por Amazon
Philips Walita Preta Fritadeira Airfryer Essential XL Digital, 6.2L de capacidade, Garantia internacional de dois anos, 110V, 2000W (RI9270/90)
De: R$ 899,90
Por: R$ 399,00
WAP Umidificador de Ar AIR FLOW com Luminária e Difusor de Aromas, 4 Litros, Autonomia de até 12 horas, 20W Bivolt
Vendido por Amazon
WAP Umidificador de Ar AIR FLOW com Luminária e Difusor de Aromas, 4 Litros, Autonomia de até 12 horas, 20W Bivolt
De: R$ 229,90
Por: R$ 132,00
CAMERA INSTAX MINI 12 ROSA GLOSS
Vendido por Amazon
CAMERA INSTAX MINI 12 ROSA GLOSS
De: R$ 649,00
Por: R$ 473,00

E apesar de serem estudadas há décadas, estrelas massivas ainda guardam muitos segredos para os astrônomos. O site da revista Astronomy consultou ps pesquisadores Cássio Barbosa, da Universidade de São Paulo, e Donald Figer, do Instituto de Tecnologia de Rochester, para saber quais questões sobre esses gigantes ainda não foram respondidas pela ciência.

Zeta Ophiuchi. Imagem: Nasa/JPL-Caltech/UCLA

1. A que distância estão as estrelas massivas?

O melhor método para obter a distância de estrelas envolve medir sua posição em relação a objetos mais distantes de lados opostos da órbita da Terra. Usando trigonometria simples é possível converter o deslocamento angular em uma distância. Infelizmente, esses ângulos são tão pequenos que o método só pode ser aplicado para estrelas próximas do Sol.

Esse estudo ganhou um upgrade em 1989, com o lançamento do satélite Hipparcos da Agência Espacial Europeia (ESA). Em três anos e meio, os astrônomos obtiveram medições de distância confiáveis com uma incerteza de menos de 10% – para quase 120 mil estrelas em um raio de 300 anos-luz.

No entanto, nessa amostra não há uma única estrela maciça. Por isso, astrônomos só podem estimar as distâncias que essas estrelas estão da Terra, como é o caso de Zeta Ophiuchi, que tem 19 vezes a massa do Sol e fica a aproximadamente 370 anos-luz de distância.

Sem uma distância precisa, é impossível conhecer as propriedades reais de uma estrela, como sua luminosidade, e isso leva à incerteza nos modelos teóricos de astronomia extragaláctica. Espera-se que com o satélite Gaia, sucessor de Hipparcos, seja possível obter distâncias precisas de um bilhão de estrelas a uma distância de 30 mil anos-luz.

Imagem em infravermelho do berçário estelar de Monoceros R2, localizado a cerca de 2.700 anos-luz de distância na constelação de Monoceros (o Unicórnio). Imagem: ESO/J. Emerson/Vista

2. Como estrelas massivas se formam?

No meio científico, duas teorias se confrontam. Na primeira, estrelas massivas se formam como suas versões menores: a gravidade faz com que uma nuvem de gás interestelar entre em colapso e se fragmente, com estrelas grandes e pequenas se formando no processo.

Porém, objetos maciços deveriam iniciar reações nucleares muito antes de chegarem à sua forma final. As reações emitem radiação intensa impediria que mais matéria seja acumulada.  Uma ligeira alteração, entretanto, pode salvar essa ideia: fragmentos maiores se tornariam protoestrelas de médio porte, cada um cercado por um disco de acreção. As estrelas em crescimento ganhariam peso se alimentando de seus discos. Pelo menos uma estrela massiva, localizada na Nebulosa Omega (M17), está se formando como este modelo prevê.

Outro modelo envolve simulações que mostram instabilidades no processo de formação, criando canais para canalizar a radiação e permitindo que o gás se acumule.

A segunda teoria sugere que estrelas massivas nascem quando objetos menores colidem. A maioria das grandes estrelas vive em aglomerados – e quanto mais estrelas um aglomerado contém, mais massivas elas são. Observações de raios X revelam muitas estrelas de baixa massa perto de objetos massivos, que poderiam servir de “alimento”. Simulações em computador também mostram que colisões podem ser um método eficaz de criar estrelas massivas.

Para alguns cientistas, a resposta certa pode ser: “todas as opções acima”.

HD 15558 é um sistema massivo de estrelas que fica na Nebulosa de Coração. Imagem: Wikimedia Commons

3. Qual é a massa máxima de uma estrela?

Pesquisas estatísticas de grandes aglomerados mostraram que não existe estrela com massa maior que 150 a 200 massas solares. O único método confiável de medição envolve o estudo de órbitas de estrelas binárias, mas estrelas mais massivas podem estar por aí.

Por exemplo, a estrela HD 15558 pode conter 152 massas solares (com uma “margem de erro” de mais ou menos 46 massas solares).

Além da observação direta, os astrônomos também se perguntam se existe um limite físico além do qual nenhuma estrela pode se formar.

Nebulosa da Águia (Messier 16 ou NGC 6611). Imagem: ESO

4. Qual o papel das grandes estrelas após o Big Bang?

Nos minutos que se seguiram ao Big Bang, o universo sintetizou apenas alguns elementos leves: hidrogênio, hélio e lítio. Modelos teóricos indicam que essas estrelas nasceram 100 a 250 milhões de anos após o Big Bang e cada uma continha várias centenas de vezes a massa do Sol.

A partir dessa mistura, nasceram as primeiras estrelas, que tiveram um papel crucial na evolução cósmica: semearam universo com elementos mais pesados, graças à sua radiação ionizante, tornaram o cosmos transparente novamente.

Esses objetos enormes, porém. morreram em gigantescas explosões de supernovas que ejetaram todos os elementos sintetizados em seu interior. Se nossos ossos contêm cálcio, se nossos computadores possuem silício de e se nossas usinas nucleares funcionam com urânio, agradeça a essas estrelas e a seus descendentes.

Ainda não se sabe como esses objetos gigantes se formaram, ou mesmo quais propriedades eles possuíam.

A nebulosa em forma de “asa de borboleta”, NGC 2346,  fica a cerca de 2.000 anos-luz de distância da Terra. No seu centro, um sistema estelar binário. Imagem: Nasa/STScl

5. Como se formam grandes sistemas binários?

Estrelas massivas geralmente aparecem em pares – e se já é difícil determinar como se forma uma estrela, imagina duas…

Os astrônomos desenvolveram vários cenários. Esses sistemas podem ter se formado por “captura”: em um aglomerado, as estrelas se movem continuamente e ocasionalmente se encontram, formando um “casal”.

Um segundo processo envolve “fissão”. Uma estrela que gira rapidamente incha no equador. Aumente a velocidade de rotação ela poderá se quebrar em duas. Infelizmente, apenas binários próximos podem se formar por fissão – e alguns binários maciços têm amplas separações.

A terceira ideia é “fragmentação” – uma nuvem protoestelar se quebra em várias partes que permanecem próximas umas das outras. Ou, uma protoestrela pode estar rodeada por um disco de acréscimo tão grande que se junta a outra estrela.

Ilustração mostra um Júpiter “quente” orbitando uma das estrelas do glomerado Messier 67, na constelação de Câncer. Imagem: ESO/L. Calçada

6. Os planetas podem se formar em torno de estrelas massivas?

Nenhum planeta foi encontrado orbitando uma estrela massiva. Mas a ausência de evidência não é evidência de ausência.

Planetas se formam a partir de discos de gás e poeira que circundam as estrelas. Mas as condições próximas a uma estrela massiva não são nada amigáveis. Esses sóis quentes emitem grandes quantidades de radiação ultravioleta e partículas ionizadas. Ventos estelares transportam até 10 bilhões de vezes mais material que o vento solar, a velocidades de milhares de quilômetros por segundo.

Nebulosa Laguna. Imagem: ESO/VPHAS+ Team

7. Qual o papel da rotação e dos campos magnéticos nas estrelas massivas?

Planetas e estrelas giram, galáxias giram e até aglomerados de galáxias conduzem seus próprios balés celestes. Mas como o interior de estrelas massivas gira? A ciência atual está apenas começando a responder a essa pergunta.

A primeira medição da rotação interna de uma estrela que não seja o Sol foi feita em 2003, e foi para um objeto de menor massa. Além disso, embora os astrônomos concordem que a rotação é um parâmetro vital, ninguém sabe exatamente como ela influencia o nascimento e a evolução de estrelas massivas.

Os campos magnéticos se enquadram na mesma categoria. Eles aparecem na Terra, Júpiter, Sol, pulsares e até no meio interestelar, e provavelmente existem em estrelas massivas, mas incluir esse parâmetro em modelos estelares é complicado, e as primeiras tentativas foram feitas apenas recentemente.

Situada a 8.000 anos-luz de distância na constelação de Vulpecula (a Raposa), a região na imagem é conhecida como Vulpecula OB1, uma “associação estelar” na qual várias estrelas tipo O e B (as maiores que se tem registro) estão se formando. Imagem: ESA/Herschel/PACS, SPIRE/Hi-GAL Project

8. Como as estrelas massivas evoluem?

Em linhas gerais, uma estrela massiva passa sua vida adulta como uma estrela do tipo O, emitindo um vento estelar rápido e bastante denso. Quando o combustível nuclear começa a diminuir, a estrela evolui para uma supergigante vermelha ou uma variável azul luminosa, dependendo de sua massa inicial.

Durante esse estágio, o vento estelar aumenta em densidade e diminui drasticamente em velocidade – para apenas alguns quilômetros por segundo em comparação com milhares de quilômetros por segundo.

Em seguida, a estrela se torna uma Wolf-Rayet – a perda de massa diminui, mas o vento aumenta. Camadas com elementos pesados vêm gradualmente à superfície. Uma estrela Wolf-Rayet se enriquece primeiro em nitrogênio (tipo WN), depois em carbono (tipo WC).

Este é o “cenário Conti”, que pode parecer claro, mas muitos detalhes permanecem vagos. A área mais controversa diz respeito à fase variável azul luminosa, sobre os quais muitas dúvidas ainda pairam.

Sistema estelar binário chamado R Aquarii, localizado a 700 anos-luz da Terra, como visto em 2012 pelo Very Large Telescope (VLT). Imagem: ESO

9. Como os binários massivos evoluem?

Binários maciços evoluem de maneiras ainda mais complexas que estrelas únicas, porque os componentes interagem ao longo de suas vidas.

A presença de um acompanhante afeta muitas propriedades estelares. Por exemplo, um companheiro massivo pode deformar uma estrela de maneira que ela não seja mais esférica. A presença do vizinho também altera a rotação de cada estrela.

Fenômenos ainda mais complexos ocorrem. Em binários maciços, os ventos estelares duplos colidem, gerando intensa emissão de raios X e alterações no espectro óptico do sistema. Os astrônomos estão apenas começando a estudar esses efeitos.

E se um dos parceiros morrer de repente? O sistema pode sobreviver a uma explosão de supernova? E, se sim, como evoluiria um sistema binário composto por uma estrela maciça normal e uma estrela de nêutrons ou um buraco negro?

Os astrônomos encontraram sistemas binários compostos por dois pulsares, então sabemos que binários maciços podem sobreviver. Mas ainda há um longo caminho a percorrer antes de entendermos como os sistemas atingem esse fim.

Gás e poeira que restaram da supernova N 63A, parte de uma região de formação de estrelas na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia irregular a 160 mil anos-luz da Via Láctea. Imagem: Nasa/ESA/HEIC and The Hubble Heritage Team (STScI/Aura)

10. Como estrelas massivas morrem?

Se estrelas semelhantes ao Sol morrem silenciosamente, estrelas massivas terminam em cataclismo – uma explosão de supernova anuncia a morte para toda a galáxia e além.

No entanto, os astrônomos têm dúvidas sobre esse processo. Apesar dos anos de esforços dos teóricos, as simulações por computador ainda não podem converter de forma confiável o colapso de uma estrela em sua explosão.

Explosões de raios gama – as explosões cósmicas mais poderosas – levantam outra questão. Os astrônomos mostraram que algumas dessas explosões estão ligadas à morte de estrelas massivas. Mas ninguém sabe como isso acontece ou o que diferencia uma estrela que termina com uma explosão de raios gama em vez de uma supernova.

Via: Astronomy

Redator(a)

Renato Mota é redator(a) no Olhar Digital