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Um grupo volumoso de funcionários da Uber resolveu bater de frente com o conselho administrativo da companhia e pedir a volta do fundador, Travis Kalanick, que renunciou ao cargo de CEO nesta semana após uma escalada de polêmicas.
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Mais de 1.100 empregados assinaram uma carta que tem circulado pela empresa desde quarta-feira, 21, e já foi, segundo reporta o Axios, apresentada ao conselho. Esse número equivale a 10% da força de trabalho da companhia (isso não conta os motoristas).
Os participantes argumentam que os conselheiros que pressionaram Kalanick a sair foram “míopes” e agiram por “puro interesse próprio”. Eles demandam que o fundador seja aproveitado num posto operacional, não apenas como membro (ainda que majoritário) do conselho, no qual tem um papel mais descolado do dia a dia da Uber.
A carta completa, obtida pelo Axios, pode ser lida abaixo numa tradução livre:
“Conselho de diretores —
Estou escrevendo a vocês hoje em antecipação à sua reunião agendada para compartilhar os pensamentos de mais de 1.100 empregados em tempo integral da Uber (e contando) que discordam veementemente da renúncia de Travis como CEO e da pressão colocada sobre ele por investidores e membros do conselho para que o fizesse.
Em menos de 12 horas, esses funcionários expressaram sua crença de que Travis deveria retornar à Uber em uma função operacional. A magnitude dessa resposta foi inesperada e não deve ser ignorada. O que começou como uma simples nota a meus colegas mais próximos se tornou uma petição abrangendo centenas de escritórios e equipes, e [que] ainda está para ser vista por uma maioria de empregados.
Sendo as pessoas que realmente trabalharam lado a lado com Travis por anos para ajudar a criar a Uber do nada, estamos extremamente desapontados pela miopia e puro interesse próprio demonstrado por aqueles que deveriam proteger os interesses de longo prazo da nossa companhia.
Sim, Travis tem defeitos, como todos temos. Mas sua paixão, visão e dedicação à Uber são simplesmente inalcançáveis. Não estaríamos aqui hoje sem ele, e acreditamos que ele pode evoluir para ser o líder de que precisamos. Ele é essencial para nosso sucesso futuro.
Aguardamos a sua resposta e ansiamos pela volta de Travis numa posição operacional.”
O mesmo Axios ressalta que alguns funcionários e ex-funcionários se posicionaram publicamente a favor de Kalanick, e Mood Rowghani, que atua junto à Kleiner Perkins Caufield & Byers (uma das investidoras da Uber), divulgou uma nota em que revela discordar de um afastamento tão bruto: “Seria errado concluir pela Uber que o envolvimento do fundador nas companhias que criaram é um erro.”
“Embora fundadores devam responder a conselhos fortes e independentes e precisem de suporte de equipes com lideranças experientes, DNA de fundador é um ativo precioso e não pode ser subestimado”, continuou Rowghani. “É a paixão de um fundador, clarividência estratégica, habilidade de inspirar e motivar empregados e de perseguir incansavelmente a missão que permite a start-ups alcançarem mudanças sísmicas contra as possibilidades. Fundadores podem nem sempre assumir o papel de CEO, mas muitas grandes companhias — mais notavelmente, Apple e Twitter — que cortaram todos os laços com seus fundadores eventualmente se arrependeram disso.”