Na última quarta-feira (10), uma grande mancha vermelha foi observada no céu noturno do Texas. Por volta das 2h14 da manhã (horário local), o astrônomo amador Abdur Anwar registrou o fenômeno em movimento sobre o Parque Nacional Big Bend, que fica na fronteira do estado com o México.

Anwar diz que capturou a imagem com seu telefone Google Pixel 6a no modo noturno. Ao enviar a foto para o portal de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, ele questionou se aquilo seria uma aurora. 

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E a resposta é não. Na verdade, a grande mancha vermelha que passou deslizando no céu naquela madrugada foi responsabilidade da SpaceX. 

Cerca de 90 minutos antes do avistamento do fenômeno, um foguete Falcon 9 decolou da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida, levando 23 satélites Starlink para a órbita baixa da Terra. Depois que os satélites foram implantados, o segundo estágio do foguete executou uma queima de motores, criando a luz rúbida quase esférica.

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Não é a primeira vez que isso acontece. “Estamos vendo de duas a cinco dessas manchas por mês”, relata Stephen Hummel, do Observatório McDonald, no Texas, que fotografou um exemplo espetacular em novembro passado.

“Aurora da SpaceX” fotografada no Texas, após lançamento de um foguete Falcon 9. Crédito: Stephen Hummel/Observatório McDonald

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Como as “auroras da SpaceX” são formadas?

Tudo é uma questão química. As queimas de motores dos foguetes Falcon 9 pulverizam água (H2O) e dióxido de carbono (CO2) na atmosfera superior (até 180 kg de gases de escape). Uma série complexa de reações de troca de carga entre essas moléculas e átomos de oxigênio produz luz em um comprimento de onda de 6300 Å – coincidentemente, a mesma cor das auroras vermelhas.

Imagem capturada de Julian, Califórnia, após um lançamento de foguete da SpaceX em 19 de julho de 2023. Crédito: Kamala Venkatesh – EarthSky Community Photos

O Texas é um ótimo lugar para observar o fenômeno, porque, para as missões Starlink lançadas da Flórida, é ali que uma queima de motores lança o segundo estágio do foguete com segurança sobre o Atlântico Sul. Essas queimas acontecem cerca de 90 minutos após o lançamento – justamente quando Anwar fotografou a mancha.