Um grupo de pesquisadores apontou estar chegando perto de encontrar monopolos magnéticos, ou seja, polos magnéticos norte ou sul, mas sem seus parceiros. Caso eles consigam isso, o debate sobre essa ideia, que dura cerca de dois séculos, poderá chegar ao fim.

Para quem tem pressa:

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  • A ideia dos monopolos magnéticos existe desde meados do século 19, mas até hoje sua existência não havia sido provada
  • Em dois novos estudos, um grupo de pesquisadores apontou estar chegando perto de encontrá-los;
  • Caso consigam, os monopolos poderão ajudar os pesquisadores a entender melhor o Universo
Cientistas encontram primeiras pistas sobre monopolos magnéticos (Crédito: Anthony Tan e Michael Hoegen)
Monopolos magnéticos (Crédito: Anthony Tan e Michael Hoegen)

Os ímãs sempre possuem dois polos opostos, que chamamos de norte e sul. Mesmo se o dividirmos, novos polos magnéticos aparecerão de forma que os novos ímãs tenham sempre dois deles.  No entanto, no século 19 foi questionado se existia alguma forma de um único polo ser extraído sem o seu parceiro.

Desde que foi sugerido, os pesquisadores têm questionado se seria ou não possível a existência de um monopolo magnético. Atualmente a teoria é tão bem desenvolvida, que os físicos teóricos acreditam que realmente eles existam, com eles podendo explicar porque a carga elétrica é quantizada. No entanto, os experimentalistas não conseguiram encontrar a prova de que eles são reais.

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Dois novos estudos sobre monopolos

Desde 2012, pesquisadores da colaboração Monopole and Exotics Detector (MoEDAL), usando aniquilação de partículas do Large Hadron Collider (LHC), têm tentado encontrar monopolos magnéticos. Agora, em duas novas publicações, eles encontraram sinais de que a produção deles possa se dar a partir de fótons virtuais, partículas que transportam a força eletromagnética entre dois portadores de carga, mas que não existem como partículas livres.

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Large Hadron Collider (LHC) usado na pesqusia (Crédito: D-VISÕES/Shutterstock.com)
Large Hadron Collider (LHC) usado na pesqusia (Crédito: D-VISÕES/Shutterstock.com)

Acredita-se que os monopolos possam ser criados a partir dessas partículas de duas formas diferentes: quando dois fótons virtuais se fundem e a partir do processo Drell-Yan, que envolve apenas um desses fótons. 

Durante o primeiro artigo, os pesquisadores tentaram estabelecer os menores limites de massa que um monopolo poderia ter. Já no segundo, os monopolos são descritos de forma diferente, tendo procurado aqueles criados pelo mecanismo teórico de Schwinger de quando íons de elementos pesados foram esmagados durante a primeira aniquilação de partículas do LHC.

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A pesquisa acredita que os monopolos foram criados durante a aceleração de partículas e ter ficado preso e esquecido em alguma seção do colisor, mas nenhum deles foi encontrado. No entanto, os pesquisadores puderam estimar que para eles serem produzidos é necessária muita energia, com massas superiores a 80 bilhões de elétrons-volts.

Esses avanços podem nos aproximar de encontrar esse monopolos magnéticos, e quando chegarmos a isso poderemos desenvolver uma Grande Teoria Unificada, unindo a mecânica quântica e a gravidade.