A tecnologia também é fundamental para integrar as comunidades indígenas com o restante da população brasileira. Pensando nisso, a pesquisadora Suellen Tobler desenvolveu o Nheengatu App, o primeiro aplicativo criado para ensinar uma língua indígena no Brasil.

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Nheengatu é considerado uma língua ameaçada

  • A ferramenta foi lançada em outubro de 2021, com o apoio da Lei Aldir Blanc e da Secretaria de Cultura do Pará.
  • A língua nheengatu tem diversas variações, mas o aplicativo contém apenas a variação “nheengatu tapajowara”, língua da região do Baixo Tapajós.
  • Ela já foi considerada a mais falada da região amazônica e era chamada de “língua geral amazônica”.
  • O nheengatu tem origem no tronco linguístico do tupi, com algumas influências do português.
  • Segundo o Atlas de Línguas em Perigo da Unesco, o Nheengatu está “severamente ameaçado”.
  • As informações são do Terra.
Aplicativo foi criado em 2021 (Imagem: divulgação/Nheengatu App)

Como funciona o aplicativo

Suellen Tobler conta que a ideia de criar o aplicativo surgiu em 2020, após ela receber o livro “Nheengatu Tapajowara” de presente da professora Dailza Araújo, da escola indígena Suraraitá Tupinambá, na Aldeia São Francisco, no Pará.

Ela afirma que percebeu certa semelhança entre o nheengatu e o alemão, língua que estudava através do app Duolingo. Ao pesquisar, descobriu que não existiam cursos da língua indígena disponíveis. Por isso, ela decidiu criar um app que possibilitasse isso.

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Após baixar o aplicativo no site e se cadastrar, o usuário visualiza uma mensagem na página inicial. “Com a pressão linguística civilizatória, essa língua foi silenciada ao longo do tempo, mas continua viva. Quanto maior o número de falantes, mais viva ela estará.”

A pessoa tem acesso a exercícios de memória, que ajudam a aprender palavras e frases. O usuário também aprende a língua selecionando as palavras certas do exercício, completando frases, selecionando e escrevendo trechos, e ligando uma palavra a outra.

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Os áudios dos exercícios são feitos pelo professor de nheengatu, George Borari, da Escola Indígena Borari de Alter do Chão, no Baixo Tapajós.