A viagem de Elon Musk à China, há duas semanas, parece ter rendido mais do que imaginávamos inicialmente. Muito além dos elogios ao poderoso mercado chinês de carros elétricos, o bilionário conseguiu se articular nos bastidores para ampliar a presença da Tesla no país que é o principal consumidor de EVs do mundo.

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Lembrando que Musk viajou a convite do Conselho da China para a Promoção do Comércio Internacional. Ele se encontrou com importantes líderes, incluindo o primeiro-ministro Li Qiang e Ren Hongbin, diretor do Conselho que o convidou para a visita.

O principal tópico dessa excursão, porém, foi o acordo que a Tesla fechou com a Baidu, uma gigante local, conhecida como o “Google da China”. E as últimas informações da imprensa americana dão conta de que essa aliança pode se tornar ainda maior.

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Imagem: testing/Shutterstock

Nova investida na China

  • A Tesla foi responsável pela venda de 7,5% dos carros elétricos na China no primeiro trimestre deste ano.
  • O número é considerável, mas a empresa já teve uma participação maior nesse bolo – ela vem perdendo espaço para as próprias montadoras chinesas.
  • A companhia de Elon Musk, no entanto, é bastante admirada pelos asiáticos, caindo na graça, principalmente, da classe média local.
  • A perda de terreno na China, aliada a uma desaceleração das vendas globais de EVs, levou a Tesla a cortar milhares de empregos, além de um tombo de 30% no valor das ações.
  • Elon Musk teria um plano para reverter esse quadro – e ele passa diretamente por Pequim.
  • O bilionário deu uma dica na sua própria rede social, o X (antigo Twitter), no início deste mês, quando ele disse que iria com tudo na “autonomia”.
  • A grande jogada de Musk é levar seu sistema de direção autônoma e semi-autônoma para o mercado chinês.
  • Ele ganharia dinheiro com isso, pois cobra uma mensalidade pelo serviço.
  • E estamos falando no maior mercado de elétricos do mundo, onde a Tesla é a queridinha da classe média que gasta com carros.
  • O problema é que o governo local impõe uma série de obstáculos para empresas estrangeiras.
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Imagem: Kittyfly/Shutterstock

Driblando obstáculos

Empresas estrangeiras que vendem veículos inteligentes na China são obrigadas a usar um dos cerca de 20 fornecedores locais que são autorizados a operar sistemas de mapeamento e navegação.

E é aí que entra a Baidu. Como não existe Google na China (o buscador é bloqueado por lá), a empresa domina várias áreas. Sabe o Google Tradutor? Lá é o Baidu Tradutor. Google Notícias? Baidu Notícias. O mesmo vale para o Google Maps.

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O Baidu Maps é a porta de entrada do “full self-driving” da Tesla no país. E, além de trabalharem juntos nos mapas de navegação, as duas empresas também estão se aproximando de um acordo sobre direção autônoma – e carros autônomos.

Um relatório do Shanghai Securities News afirma que um executivo da Baidu disse que a empresa pretende usar o próximo Robotaxi da Tesla. Ou seja, mais um ponto para a estratégia de Elon Musk, que já declarou que pretende licenciar seus sistemas para outras fabricantes de carros.

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Você pode achar o que quiser do homem (e eu particularmente não gosto muito dele), mas é inegável que o bilionário sabe fazer negócio.

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O Full Self Driving da Tesla (Imagem: Jose Gil / Shutterstock.com)

As informações são do Electrek.