A Tesla já quebrou recordes de produção e vendas e viu seu valor de mercado superar a marca de US$ 1 trilhão, patamar ocupado por gigantes como Apple e Microsoft. Considerada a montadora mais valiosa do mundo, também ficou marcada por previsões do CEO Elon Musk que não vingaram até hoje, como o lançamento de carros totalmente autônomos.

A lista de desafios da empresa vai além e inclui queda nas vendas, demissões e recalls que atingiram até a nova picape Cybertruck. Esse conjunto de fatores levou a um relatório trimestral ruim anunciado nesta terça-feira (23).

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Resultados da Tesla no primeiro trimestre

  • O lucro líquido de janeiro até o fim de março caiu 55%, para US$ 1,1 bilhão, contra US$ 2,5 bilhões registrado no mesmo período de 2023.
  • A receita também caiu 9%, para US$ 21,3 bilhões.
  • A Tesla, que adotou novos cortes de preços recentemente, atribuiu o declínio à redução de venda dos seus veículos e as interrupções no transporte marítimo no Mar Vermelho.
  • A montadora disse que entregou 387.000 veículos aos clientes no primeiro trimestre, uma queda de 20% em relação ao trimestre anterior (e mais de 8% em relação ao ano anterior).
  • A empresa disse que está aumentando a produção do Cybertruck e atualizando o Model 3, processo que gerou queda nas entregas.
  • As informações são do The Washington Post.
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Imagem: Vitaliy Karimov/Shutterstock

Analistas de mercado consideraram que a companhia de Elon Musk vive “momento decisivo”. Além da luta contra queda nas vendas, deve lidar com a forte concorrência da China. Esse foi um dos fatores que motivou um corte recente de 10% de funcionários. Segundo informações do The Washington Post, os funcionários foram informados de que a Tesla está analisando “todos os aspectos para reduzir custos e aumentar produtividade”.

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Para acalmar as preocupações sobre a estagnação de crescimento, Musk prometeu direcionar recursos para a produção de um veículo de baixo custo, o Model 2. Mas, segundo a Reuters, a empresa descartou os planos. Em vez disso, deve lançar um robotáxi totalmente autônomo em agosto. Os planos para o carro autônomo ainda são escassos e também vão enfrentar obstáculos tecnológicos e regulatórios.

Para Dan Ives, analista da Wedbush Securitie, este é o momento mais precário da Tesla até aqui: “Pela primeira vez, fãs de longa data (da Tesla) estão jogando a toalha”, disse. “A hora da verdade chegou para Elon Musk e a Tesla (…) é um dos momentos mais importantes da história da empresa”, acrescentou o especialista ao The Washington Post.

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Fora de Wall Street, a empresa também enfrenta desafios com reguladores. Em dezembro, a Tesla fez recall de 2 milhões de veículos e também está fazendo outro chamado de quase 4.000 Cybertrucks por defeito no pedal do acelerador.