A Ásia é um continente notoriamente propenso a terremotos, com países como Japão, China, Índia e Indonésia enfrentando desafios significativos devido à sua localização geológica. Para mitigar os danos e salvar vidas, esses países têm investido pesadamente em tecnologias avançadas de construção que tornam os prédios mais resistentes a terremotos.

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Porém, existem algumas tecnologias inovadoras usadas na Ásia para construir prédios resistentes a terremotos. Vamos conhecê-las e entender como essas inovações estão ajudando a proteger milhões de vidas.

O desafio dos terremotos na Ásia

Os terremotos são causados pelo movimento das placas tectônicas. Quando essas placas se deslocam, elas liberam energia na forma de ondas sísmicas, que podem causar destruição em larga escala. A Ásia está situada em uma das regiões mais ativas sismicamente do mundo, conhecida como o “Anel de Fogo do Pacífico”. Esse cinturão de intensa atividade sísmica e vulcânica circunda o Oceano Pacífico, afetando países como Japão, Indonésia e Filipinas.

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A história recente é marcada por terremotos devastadores, como o terremoto de Kobe no Japão em 1995, o terremoto de Sichuan na China em 2008 e o terremoto e tsunami de Tohoku no Japão em 2011. Esses eventos catastróficos sublinham a importância de desenvolver e implementar tecnologias de construção que possam resistir a tremores de terra intensos.

Círculo de Fogo
Círculo de Fogo (Imagem: Nolan/Reprodução)

Tecnologias avançadas em prédios resistentes a terremotos

Para enfrentar esses desafios, vários países asiáticos adotaram tecnologias inovadoras e rigorosas normas de construção. A seguir, detalhamos algumas das tecnologias mais eficazes e amplamente usadas:

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1. Isolamento de Base

O isolamento de base é uma das tecnologias mais eficazes para proteger edifícios contra terremotos. Esta técnica envolve a colocação de isoladores entre a fundação do edifício e a superestrutura. Esses isoladores são geralmente feitos de borracha e aço, permitindo que o edifício “flutue” sobre a fundação durante um terremoto.

Exemplos na Ásia:

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  • Japão: Muitos edifícios modernos no Japão utilizam isolamento de base. Um exemplo notável é o edifício da sede da Prefeitura de Tóquio, que foi projetado com isoladores de base para minimizar os danos durante um terremoto.
  • Taiwan: Após o terremoto de Chi-Chi em 1999, muitos novos edifícios foram construídos com isolamento de base para aumentar a segurança sísmica.
Isolamento de base nos prédios paraevitar terremotos
(Imagem: CM/Reprodução)

2. Estruturas Flexíveis

Construir estruturas que possam flexionar e dobrar sem quebrar é uma abordagem eficaz para resistir a terremotos. Materiais como aço e concreto reforçado com fibras são frequentemente usados para este propósito, pois podem suportar deformações significativas sem falhar.

Exemplos na Ásia:

  • Edifícios residenciais e comerciais no Japão: Muitos edifícios utilizam estruturas flexíveis combinadas com sistemas de contraventamento que absorvem a energia do terremoto, minimizando os danos estruturais.

3. Design Modular e Pré-Fabricado

A construção modular e pré-fabricada está ganhando popularidade devido à sua eficiência e capacidade de incorporar tecnologias antissísmicos de forma consistente. Esses edifícios são projetados para serem montados rapidamente e podem ser facilmente adaptados para incluir recursos de resistência a terremotos.

Exemplos na Ásia:

  • China: Projetos de habitação pré-fabricada são comuns, especialmente em áreas propensas a terremotos. Edifícios modulares podem ser rapidamente construídos com tecnologias integradas de resistência sísmica.

4. Amortecedores Sísmicos

Os amortecedores sísmicos são dispositivos instalados em edifícios para absorver e dissipar a energia das ondas sísmicas. Eles funcionam de maneira semelhante aos amortecedores de um carro, reduzindo a quantidade de movimento que a estrutura experimenta.

Exemplos na Ásia:

  • Taipei 101, Taiwan: Este arranha-céu icônico possui um enorme amortecedor de massa sintonizada (Tuned Mass Damper, TMD) de 660 toneladas, que ajuda a estabilizar o edifício durante terremotos e fortes ventos. Inclusive, foi registrado um feito impressionante, após o prédio resistir a um terremoto recente, graças a essa tecnologia.
  • Tokyo Skytree, Japão: Outro exemplo de uso de amortecedores sísmicos, que ajudam a proteger a estrutura durante abalos sísmicos.
Taipei 101, prédio Taiwan com bola gigante no topo
(Imagem: Jeffrey Liao/Shutterstock)

Normas e Regulamentações de Construção

A adoção de tecnologias avançadas é complementada por rigorosas normas e regulamentações de construção. Muitos países asiáticos atualizaram seus códigos de construção para incorporar lições aprendidas com terremotos anteriores.

O Japão, por exemplo, possui um dos códigos de construção mais rigorosos do mundo em termos de resistência a terremotos. Após o terremoto de Kobe, o país revisou suas normas para incluir requisitos mais rigorosos de resistência sísmica. A Agência de Reconstrução do Japão e o Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo (MLIT) desempenham papéis cruciais na definição e aplicação dessas normas.

Rua no Japão após o terremoto em Kobe (Imagem: Hanshin Expressway/Reprodução)

De forma semelhante, após o terremoto de Tangshan em 1976, a China começou a reforçar suas normas de construção. O terremoto de Sichuan em 2008 levou a uma nova revisão das regulamentações, resultando na implementação de normas mais rígidas e inspeções rigorosas para garantir a conformidade.

Taiwan, sendo uma ilha vulnerável a terremotos, também possui normas rigorosas de construção. O Código de Construção de Taiwan foi atualizado várias vezes para refletir as melhores práticas globais em engenharia sísmica, especialmente após o terremoto de Chi-Chi.

A construção de prédios resistentes a terremotos na Ásia é um campo dinâmico e em constante evolução, impulsionado pela necessidade de proteger vidas e minimizar danos em uma das regiões mais sismicamente ativas do mundo. A combinação de tecnologias avançadas, rigorosas normas de construção e pesquisa contínua está criando um futuro mais seguro para milhões de pessoas. A aplicação dessas inovações não apenas demonstra a engenhosidade humana, mas também a determinação de transformar desafios naturais em oportunidades para o progresso e a segurança.

À medida que a tecnologia continua a avançar, é provável que veremos ainda mais inovações na construção de edifícios resistentes a terremotos, não apenas na Ásia, mas em todo o mundo. A colaboração internacional e o compartilhamento de conhecimentos serão cruciais para garantir que todas as regiões propensas a terremotos possam beneficiar-se dessas tecnologias vitais.