Um exoplaneta recém descoberto tem quebrado a cabeça dos astrônomos. Classificado com o tipo netuno quente, esse novo mundo está nos fazendo questionar tudo que sabemos sobre a categoria. No entanto, ele pode nos dizer como será o futuro da Terra.

Os planetas conhecidos como netunos quentes são maiores que a Terra e possuem tamanho semelhante ao Netuno do Sistema Solar, mas localizados mais próximos de suas estrelas, fazendo com que percam suas atmosferas muito mais rápido. O novo exoplaneta, no entanto, se comporta de uma forma completamente diferente.

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  • Ele foi oficialmente chamado de TIC365102760 b e apelidado de Phoenix;
  • O primeiro avistamento foi feito a partir do Transiting Exoplanet Survey Satellite da NASA e posteriormente caracterizado pelo Observatório Keck;
  • Seu diâmetro é de 6,2 Terras e está seis vezes mais próximo da sua estrela do que Mercúrio do Sol;
  • Sua estrela é uma gigante vermelha, a próxima evolução do Sol.
Exoplaneta TIC365102760 b (Crédito: Roberto Molar Candanosa/Universidade Johns Hopkins)
Exoplaneta TIC365102760 b (Crédito: Roberto Molar Candanosa/Universidade Johns Hopkins)

Essa proximidade com a estrela deveria deixar o planeta tão quente a ponto de retirar a sua atmosfera, no entanto, ela é maior e mais densa, na verdade, 60 vezes menos densa do que de outros netuno quentes. Em comunicado, Sam Grunblatt, astrofísico e autor principal da pesquisa publicada no The Astrophysical Journal, contou em comunicado que essas características deixaram os astrônomos em dúvida.

É o menor planeta que já encontramos em torno de uma dessas gigantes vermelhas, e provavelmente o planeta de menor massa orbitando uma estrela gigante [vermelha] que já vimos. É por isso que parece muito estranho. Não sabemos porque é que ainda tem uma atmosfera quando outros ‘Netunos quentes’ que são muito mais pequenos e muito mais densos parecem estar a perder as suas atmosferas em ambientes muito menos extremos.

Sam Grunblatt

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O exoplaneta tem uma atmosfera mais densa do que deveria

De acordo com a pesquisa, a atmosfera do planeta está se esvaindo muito mais devagar do que deveria e provavelmente sobreviverá à morte do planeta daqui a 100 milhões de anos, quando a influência gravitacional da gigante vermelha fazer com que o exoplaneta espirale para um fim ardente.

Estrela gigante vermelha no espaço
Gigante vermelha (Imagem: Viktor Hahn/Wikimedia Commons)

Esse provavelmente também será o destino da Terra daqui a 5 bilhões de anos, quando o Sol se tornar uma gigante vermelha e engolir Mercúrio, Vênus e provavelmente nosso mundo. No entanto, esse trabalho sugere que esse talvez não seja o único jeito da Terra chegar até lá.

Não entendemos muito bem a evolução do estágio final dos sistemas planetários. Isso está nos dizendo que talvez a atmosfera da Terra não evolua exatamente como pensávamos.

Sam Grunblatt