Desde que foi lançada em 2014, a Alexa, assistente virtual da Amazon, nunca gerou lucros à big tech. Em meio à corrida por inteligência artificial (IA) e busca por valor de mercado (com Nvidia, Microsoft e Apple batalhando pelos primeiros lugares), a Amazon tem planos para alavancar o produto: assinaturas pagas e inclusão de IA generativa em larga escala.

Amazon não quer ficar para trás na corrida da IA

Oito funcionários atuais e ex-funcionários da Amazon falaram, em condição de anonimato, à agência de notícias Reuters sobre o assunto.

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Eles revelaram que a Amazon foi pega de surpresa em meio à corrida da IA iniciada em 2022, com o lançamento do ChatGPT pela OpenAI. Desde então, empresas do setor de tecnologia iniciaram desenvolvimento acelerado de seus próprios produtos com IA generativa.

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Uma das companhias nesse meio é a Apple, que tem rival à Alexa: a Siri. A assistente de voz da empresa da maçã, no entanto, já está avançando em suas estratégias de IA, inclusive, tendo implementado o recurso nos iPhones.

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Amazon quer tentar alavancar vendas de IA com reformulações (Imagem: Skorzewiak/Shutterstock)

Planos para a Alexa

Os funcionários da Amazon relataram que o alto escalação pressionou por mudanças na Alexa, em “tentativa desesperada” de revitalizar um serviço que, apesar de estar fortemente associado à marca, nunca deu lucros.

Chamado de Banyan, o projeto quer a primeira grande reformulação da assistente de voz desde seu lançamento. A versão “atualizada” do dispositivo está sendo chamado internamente de “Remarkable Alexa”.

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Há poucos meses, acionistas da Amazon já tinham prometido uma “Alexa mais inteligente e capaz”, mas sem detalhes sobre o que isso significava.

Echo Dot também faz parte da reformulação da Amazon (Imagem: Divulgação/Amazon)

Mudanças na Alexa incluem IA generativa

Segundo a Reuters, um dos planos do projeto Banyan é a inclusão de IA generativa conversacional.

Em comunicado, um porta-voz da Amazon já havia dito que a empresa integrou a tecnologia em diversos recursos da Alexa, mas ainda estava trabalhando em implementação em escala. Isso vale para os “meio bilhão” de dispositivos ao redor do mundo.

Ainda, o porta-voz prometeu uma assistente de voz “tunada”, com mais proatividade, pessoal e confiável.

Por exemplo, atualmente, é possível perguntar para a Alexa sobre a previsão do tempo, controlar eletrodomésticos da casa, ouvir música, configurar alarmes e temporizadores e obter informações na internet. Com a IA generativa, seria possível pedir conselhos de compras específicos, como o que levar em uma viagem a um local frio, e receber lista com produtos sugeridos.

A IA também daria à Alexa uma voz humana, ao invés de robótica. Uma demonstração já indicou que isso é possível.

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Você pagaria para ter IA na Alexa? Amazon não tem certeza disso (Imagem: MAHATHIR MOHD YASIN/Shutterstock)

Alexa pode ter planos pagos

  • Além da tentativa de escalar as vendas da assistente de voz para aumentar a receita do produto, a Amazon está considerando incluir planos pagos na Alexa;
  • A “Classic Alexa”, como é conhecida atualmente, é gratuita e deve continuar assim mesmo com IA generativa simples;
  • Já uma versão mais poderosa da IA, capaz de tarefas mais complexas, pode custar entre US$ 5 (cerca de R$ 27) e US$ 10 (cerca de R$ 54) mensais;
  • A versão paga poderia, por exemplo, redigir e-mails, enviá-los e fazer pedidos em aplicativos de entregas a partir de um único comando. Na modalidade paga, possivelmente, também seria possível conversar com a assistente sem ter que dizer “Alexa” repetidamente;
  • Essa segunda mudança no produto ainda não é certa, com algumas pessoas contrárias a planos pagos de um serviço que, hoje, é gratuito.