O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes arquivou, na quinta-feira (20), o inquérito sobre uma campanha do Google e do Telegram contra o projeto de lei (PL) das Fake News. A decisão de Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Inquérito sobre campanha do Google e Telegram contra PL das Fake News acaba arquivado

  • O ministro do STF Alexandre de Moraes arquivou o inquérito sobre a campanha do Google e do Telegram contra o projeto de lei das Fake News, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR);
  • Moraes também determinou que as provas da investigação sejam enviadas ao Ministério Público Federal em São Paulo para serem usadas eventualmente em apurações nas esferas civil e administrativa contra big techs;
  • A PGR, representada pelo vice-procurador-geral Hindemburgo Chateaubriand, afirmou que a investigação não justificou acusações formais contra diretores das empresas. Já a Polícia Federal concluiu que houve abuso de poder econômico e manipulação de informações por parte das empresas em questão;
  • O inquérito foi iniciado após uma notícia-crime do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Nela, o deputado acusou Google e Telegram de propagarem desinformação sobre o PL, bem como lançarem mão de manipulação e intimidação, aproveitando suas posições no mercado, para barrar a aprovação do projeto.
Fachada do STF
STF determina arquivamento de inquérito sobre campanha de Google e Telegram contra PL das Fake News (Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro também determinou o envio de provas da investigação ao Ministério Público Federal em São Paulo. A ideia é disponibilizá-las para serem aproveitadas eventualmente em apurações nas esferas civil e administrativa contra big techs.

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PGR e Polícia Federal divergem sobre campanha do Google e Telegram contra PL das Fake News

Pessoa segurando celular com imagem aberta escrito Fake News
Após investigar atuação do Google e do Telegram em relação ao PL das Fake News, PF concluiu que houve “abuso de poder econômico” (Imagem: Pedro França/Agência Senado)

O vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, afirmou ao STF que os elementos reunidos pela investigação, realizada pela Polícia Federal (PF), não justificaram uma acusação formal contra diretores das empresas em questão.

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No entanto, a posição da PGR diverge da conclusão da PF. Após investigar a campanha do Google e do Telegram contra o PL das Fake News, a PF concluiu que a atuação das big techs configurou “abuso de poder econômico, manipulação de informações e possíveis violações contra a ordem consumerista”.

A abertura do inquérito ocorreu após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), acionar a PGR com uma notícia-crime (espécie de boletim de ocorrência político).

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Nela, o deputado afirmou que a atuação do Google e do Telegram resguardava interesses econômicos e lançava mão de “toda sorte de artifícios em uma sórdida campanha de desinformação, manipulação e intimidação, aproveitando-se de sua posição hegemônica no mercado”.