Na contramão da Apple, o portal Motherboard informou hoje que a Microsoft tem acesso a dados criptografados de usuários de seus produtos. Questionada, a empresa afirmou nunca ter cedido para os departamentos policiais chaves para quebrar a criptografia de seus usuários. Apesar disso, a fabricante do Windows não comentou sobre a colaboração com agências de inteligência dos Estados Unidos, como a NSA.

O acesso aos dados dos usuários pela Microsoft é garantido graças ao upload automático das chaves de acesso de computadores criptografados para o serviço de nuvem da empresa. Se algum usuário esquece sua senha de acesso, a Microsoft tem uma cópia que foi enviada quando o código foi criado. Dessa forma os usuários ficam protegidos do esquecimento ao compartilharem suas senhas com a empresa.

publicidade

A prática funciona desde 2013 e é criticada por especialistas em segurança digital por não dar aos usuários opções mais seguras e confiáveis.

A companhia garantiu que jamais cedeu qualquer chave de acesso para os departamentos policiais. Não há, no entanto, garantia de que a Microsoft não tenha colaborado com agências de inteligência, como a NSA, por exemplo. Vale lembrar que a empresa foi uma das citadas pelo ex-analista de sistema do órgão, Edward Snowden, nos arquivos divulgados do programa de vigilância global PRISM. Também não é possível se o governo norte-americano já solicitou ou não acesso a esses dados.

publicidade

Entrevistado pelo site, o especialista em vigilância digital e membro da American Civil Liberties Union (ACLU), Christopher Soghoian afirma que “nenhuma empresa sabe como criar backups online que sejam a prova de invasões do governo e que possam dar aos usuários a chance de recuperar seus dados quando eles esquecerem suas senhas”.

Apple

publicidade

Mesmo brigando judicialmente contra o FBI no caso do iPhone de San Bernardino, a Apple também se utiliza de prática semelhante à da concorrente norte-americana. A fabricante do Mac, no entanto, não realiza o upload automático das chaves para um serviço de nuvem. Questionada, a empresa afirmou que não quer comentar o assunto.