Se você usa o buscador do Google, o Gmail, o Google Maps, o Youtube e outros dos serviços do Google, você pode imaginar que a empresa sabe muita coisa sobre você. No entanto, a empresa também deseja ser transparente com relação às informações que ela tem de seus usuários, e dar a eles opções fáceis para mudar as configurações de privacidade e compartilhamento de dados.

Essa foi a inspiração por trás do Minha Conta do Google, serviço da empresa que completa um ano hoje. O Minha Conta é um portal por meio do qual o usuário tem acesso rápido e centralizado às informações que compartilha em diversos serviços da empresa, e pode alterar suas opções de privacidade. Os números mostram que os usuários consideram o serviço útil: nesse primeiro ano, ele já teve mais de um bilhão de acessos.

De acordo com o especialista de segurança do Google, Rodrigo Paiva, o Minha Conta atende a um aspecto central do uso da internet atualmente: “privacidade é algo super importante na internet, e a gente considera essencial que o usuário saiba quais dados ele está compartilhando”.

Novidades

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Para tornar esse processo mais fácil, o serviço ganhará algumas novidades nesse primeiro aniversário. A primera delas é uma série de novos atalhos ao serviço. Além de acessá-lo por meio do myaccount.google.com, será possível chegar até ele buscando seu próprio nome no buscador da empresa.

Faz sentido: afinal, muitos usuários realizam essa busca justamente com o intuito de saber o que o buscador sabe sobre eles. Também será possível acessar o portal Minha Conta por meio de comando de voz: basta dizer “OK Google, mostre minha conta” para ser levado até a página de gerenciamento de informações. Essa novidade está disponível a partir de hoje nos EUA e, segundo o Google, deve chegar ao Brasil em breve.

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Outra novidade é um passo-a-passo para ajudar usuários de smartphone a localizar aparelhos perdidos. O Google já oferece um serviço semelhante, que permite que o usuário veja a última localização do dispositivo, faça-o tocar um som e se desconecte remotamente de sua conta do Google.

A novidade trará todas essas medidas em um passo-a-passo, e também a tornará coompatível com aparelhos iOS. Isso preencherá uma lacuna importante na funcionalidade já que usuários de iPhones também podem ter suas contas do Google (e informações pessoais) armazenadas no dispositivo.

Todos os usuários

Ainda que a pessoa tenha um smartphone da Apple, é provável que ela tenha contas em serviços do Google, tais como o Google Photos ou o Youtube. Com a novidade, alguns dos recursos do Minha Conta passarão a atender esses usuários também.

Isso é particularmente relevante, já que por mais que se chame “Minha Conta”, a ferramenta não funciona apenas para quem tem uma conta do Google. Como ela centraliza as informações de todos os serviços da empresa, ainda que você utilize apenas um deles, as suas informações ficarão registradas lá.

Segundo Paiva, alguém que use o buscador apenas uma vez, para realizar uma busca específica, também terá os dados de busca coletados pela empresa – mesmo sem ter uma conta. Isso permitirá que, ao realizar outra busca, o Google aproveite a busca realizada anteriormente para oferecer resultados mais precisos.

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Informação para melhor serví-lo

Pode parecer estranho que o Google colete tantas informações assim sobre os usuários. No entanto, de acordo com Paiva, a empresa só coleta dados que possam ser usados para prestar um serviço melhor. “A gente não quer coletar algo que não vai ser de utilidade para o usuário”, diz. 

Paiva concorda, no entanto, com que é importante dar ao usuário controle sobre quais informações ele permite que o Google acesse. Por esse motivo, o painel do Minha Conta mostra não apenas quais informações estão sendo compartilhadas, como também para que aquela informação está sendo utilizada. Gravar pesquisas de voz do usuário, por exemplo, podem ajudar os servidores do Google a reconhecer sua voz com mais facilidade, e a responder melhor a buscas por voz.

A mudança nas permissões de aplicativos no Android Marshmallow foi uma medida nesse sentido também. A ideia, segundo Paiva, é que os usuários tenham cada vez mais consciência das informações que compartilham, e cada vez mais opções de como compartilhá-las.