Engenheiros da Marinha dos EUA e da empresa norte-americana PowerLight demonstraram na última terça (22) o primeiro sistema capaz de transmitir energia elétrica a grandes distâncias usando Lasers.

Desenvolvido como parte do projeto PTROL (Power Transmitted Over Light) o sistema é composto por duas torres. Uma é conectada a uma fonte de energia (como uma tomada) e produz um feixe Laser ultravioleta, invisível aos nossos olhos. Na outra ponta está um receptor, similar a um painel solar porém sensível apenas à frequência do Laser, que converte a luz em corrente elétrica contínua (DC). Os cientistas conectaram a saída do receptor a um inversor, que converteu a corrente contínua em corrente alternada, adequada para alimentar vários notebooks, lâmpadas e uma cafeteira, entre outros itens.

Durante a demonstração o sistema transmitiu 400 Watts a uma distância de 325 metros. Um sistema de segurança desliga o Laser automaticamente caso qualquer obstáculo seja encontrado no caminho, evitando que pessoas, pássaros ou máquinas sofram danos caso cruzem o caminho do raio. “Os sistemas de segurança tornam efetivamente impossível que alguém seja exposto a níveis perigosos de energia”, diz Paul Jaffe, Engenheiro Eletrônico no U.S. Naval Research Laboratory.

A recente demonstração foi fruto de dois anos de trabalho. A tecnologia tem inúmeros usos: no campo militar, poderia ser usada para manter drones voando indefinidamente. Na área civil, pode levar energia elétrica a áreas remotas, ou até mesmo ser usada para transmitir energia de painéis solares em órbita da Terra para estações na superfície.

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Segundo Tom Nugent, CTO da PowerLight Technologies, a simplicidade é o principal destaque da tecnologia: “Você não precisa de um treinamento de dois dias para aprender a plugar uma extensão elétrica”, disse ele. “Esta é uma extensão sem fios. Então você não deve precisar de treinamento para poder operá-la”.

De acordo com a marinha dos EUA, a tecnologia já foi entregue ao Departamento de Defesa dos EUA. Uma versão para uso comercial deve estar disponível “num futuro próximo”.

Fonte: U.S. Naval Research Laboratory