A visão da Qualcomm para o futuro da computação vai além de AR ou VR. Durante o Snapdragon Tech Summit, evento realizado em Maui, no Havaí, a empresa apresentou sua plataforma para realidade estendida (XR – Extended Reality), conceito que abrange realidade aumentada (AR), virtual (VR) e mista (MR).

Em comparação à versão anterior da plataforma, chamada Snapdragon XR, a nova geração traz desempenho até duas vezes superior no poder de processamento da CPU e GPU, até quatro vezes mais largura de banda para vídeo e desempenho de inteligência artificial até 11 vezes superior.

publicidade

Reprodução

Segundo a empresa, sua nova solução pode ser usada tanto em headsets independentes (standalone), que integram bateria e uma unidade de processamento e dispensam cabos para conexão com um PC ou câmeras externas para captura de movimentos, como em visualizadores leves, similares a óculos de sol e conectados a uma unidade de processamento (como um smartphone 5G) por cabo ou sem fios.

publicidade

A Snapdragon XR2 suporta telas com resolução de até 3K para cada olho, com taxas de atualização de até 90 quadros por segundo e gravação de vídeo em 8K e 360 graus a 60 quadros por segundo. Até sete câmeras podem ser usadas para captar imagens do mundo real e rastrear movimentos da cabeça, olhos e até lábios dos usuários.

Segundo a empresa, junto a um processador de baixa latência, dedicado para visão computacional, isto permite a verdadeira “realidade mista”, quando o mundo virtual e real se misturam de forma transparente.

publicidade

A plataforma também tem sofisticados recursos de som, com um DSP sempre ativo e com baixo consumo de energia para permitir melhor interação por voz, seja com outros usuários ou com o sistema. Também há detecção de contexto para que sons importantes no mundo real, e apenas eles, sejam transmitidos para o mundo virtual sem prejudicar a imersão ou isolamento do usuário.

Recursos sofisticados de IA como a capacidade capturar o ambiente real e “reconstruí-lo” em 3D, tornando os arredores parte do mundo virtual, também estão presentes. De acordo com a Qualcomm, a Snapdragon XR2 é a primeira plataforma XR do mundo com suporte à conectividade 5G, o que torna possível oferecer tanto experiências que exigem baixa latência quanto as que demandam alta velocidade de comunicação.

publicidade

Um dispositivo equipado com a plataforma poderia usar a conexão 5G e recursos da nuvem para criar mundos virtuais foto-realistas, por exemplo, sem a necessidade de cabos ou PCs poderosos.

Em demonstrações no palco, o potencial da tecnologia fica claro. Um uso possível é a telepresença: múltiplas pessoas podem se encontrar em uma “sala de reuniões” que combina o mundo real e objetos virtuais (como imagens, vídeos e modelos 3D). A impressão é a de estar em uma sala cercada por hologramas.

Reprodução

Segundo Jacob Loewenstein, CEO da Spatial, empresa que desenvolveu a solução, a experiência em XR é mais produtiva que uma videoconferência tradicional, já que permite a melhor interação entre os participantes.

Treinamento é outra possibilidade: um mecânico, por exemplo, poderia ver um modelo 3D de um motor ou informações técnicas sobrepostas à imagem do mundo real, guiando o trabalho. Ou então poderia emprestar seus “olhos” para um técnico remoto, que irá auxiliá-lo.

Claro que o potencial para jogos não pode ser ignorado. Empresas como a Niantic, desenvolvedora de Ingress, Pokémon Go e Harry Potter: Wizards Unite, estudam a tecnologia para uma nova geração de experiências virtuais.

Segundo a Qualcomm vários fabricantes já estão desenvolvendo dispositivos baseados na plataforma Snapdragon XR2.