A empresa de inteligência artificial Deepmind, controlada pela Alphabet e irmã do Google, anunciou o desenvolvimento de um sistema de IA capaz de analisar mamografias e detectar sinais de câncer de mama com precisão “tão boa” quanto um radiologista experiente.

A pesquisa, conduzida em conjunto pela Cancer Research UK Imperial College, Northwestern University, Royal Surrey County Hospital e Google Health, treinou uma rede neural usando 76 mil mamografias de mulheres inglesas e 15 mil norte-americanas. Depois de treinada, a IA analisou 25 mil mamografias feitas no Reino Unido e 3 mil dos EUA, estudando quatro imagens de cada exame e classificando os resultados de acordo com o risco de câncer.

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Os resultados foram então comparados ao diagnóstico na época do exame, feito por um especialista humano, bem como a exames futuros das mesmas pacientes. A pesquisa mostra que o modelo de IA pôde identificar o câncer de mama com o mesmo nível de precisão que os humanos. Além disso, houve uma redução de falsos positivos em 5,7% nos EUA e 1,2% no Reino Unido, e em falsos negativos de 9,4% nos EUA e 2,7% no Reino Unido.

“O modelo tem um desempenho melhor do que um radiologista individual no Reino Unido e nos EUA”, diz Christopher Kelly, cientista clínico do Google Health e co-autor da pesquisa. No Reino Unido o diagnóstico de câncer de mama deve ser feito por dois especialistas. Caso eles discordem, o exame é analisado por outros profissionais. Quando comparado a este sistema, a IA da Deepmind foi “estatisticamente equivalente, mas não melhor”, diz Kelly.

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A ideia não é substituir humanos por uma IA, mas sim usá-la para reduzir a carga de trabalho e ajudar a cobrir um déficit de especialistas na área, que no Reino Unido ultrapassa a marca de mil profissionais, segundo dados do Royal College of Radiologists.

Para testar essa ideia os pesquisadores executaram um projeto paralelo, simulando como o algoritmo trabalharia em conjunto com um radiologista humano. A IA e os radiologistas humanos concordaram 88% das vezes, o que significa que apenas 12% das varreduras teriam que ser lidas por outro profissional.

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Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores enfatizam que o trabalho ainda está nos estágios iniciais. Os cientistas do Google dizem que gostariam de ver mais pesquisas não em dados históricos retrospectivos, mas com pacientes atuais. “Estudos prospectivos são a única maneira de descobrir como essas coisas funcionam no mundo real”, diz Kelly.

Fonte: Wired