A bancária alagoana Ana Patrícia Bezerra Moura, de 43 anos, deixou o hospital neste fim de semana após passar 4 dias internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em São Paulo. Em entrevista ao Uol, ela relatou sua luta contra a doença, que já possui mais de 1500 pacientes confirmados no Brasil.

Acompanhada do esposo, a paciente chegou de viagem a Itália no dia 02 de março. Após pousar no aeroporto de Guarulhos (SP), ela planejava embarcar em outro voo em direção a Maceió, em Alagoas, onde mora com a família.

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No entanto, Ana já estava com febre, dor de garganta e tosse – todos sintomas da Covid-19. Orientada pelo irmão, que é médico em São Paulo, a bancária decidiu ir ao hospital, enquanto seu marido, sem sintomas, seguiu viagem para a região nordeste do país.

A paciente disse ao UOL que naquele momento ainda avaliava que a febre era só uma gripe forte e por estar fora do grupo de risco não teria complicações, no máximo voltaria para Alagoas após 14 dias de quarentena.

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Diagnóstico

Chegando ao hospital recebeu medicamentos, passou por exames e fez o teste para influenza e coronavírus. Em seguida foi liberada e permaneceu em isolamento na casa do irmão, em São Paulo. Dois dias depois, recebeu o diagnóstico positivo para a Covid-19.

O quadro de Ana, no entanto, se agravou. Após sentir falta de ar, a paciente voltou ao hospital e precisou ser internada.

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“Por algumas vezes, eu tive a certeza de que ia morrer, principalmente quando estava na UTI, porque eu me sentia muito mal: muita dor de cabeça, não me sentia melhorando rapidamente. Passava de um dia para o outro e não melhorava. Dormia e acordava, sentia a mesma coisa. Então, achei que eu ia morrer, sim, mas não tive medo”, disse.

Ana ressalta que na Itália a doença era tratada somente “como uma gripe forte” e algo que “não existia lá”. Agora, a bancária diz estar feliz pela recuperação e espera rever seus três filhos em Maceió, os quais não encontra há 30 dias.

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O reencontro, no entanto, ainda pode demorar um pouco, uma vez que a bancária ainda apresenta algumas consequências da doença. “Eu estou curada do coronavírus. Isso foi dito pelos médicos. Fiz dois exames que deram negativo: Mas ainda estou com a sequela do vírus, ainda tenho pneumonia; por isso não voltei a Maceió, continuo aqui em São Paulo. Ainda tenho tosse, não igual a que tinha antes, mas não é mais do vírus, é da pneumonia”.

Coronavírus no Brasil

De acordo com a reportagem, Ana Moura está entre os cinco primeiros pacientes diagnosticados com coronavírus em São Paulo. O estado concentra 631 casos confirmados da doença, com 22 vítimas fatais, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde. São 1546 pacientes e 25 óbitos confirmados em todo o país.

Já a Itália apresenta mais de 54 mil pessoas infectadas e o maior número de mortos em todo o mundo: 5476 ocorrências.